Severiano Teixeira visita um Líbano instável

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O ministro chega ao Líbano num momento tenso para o governo de Beirute Lusa (arquivo)

Severiano Teixeira tem os encontros marcados para o décimo segundo dia de protestos, depois de estes se terem intensificado no domingo. Duas praças centrais de Beirute continuam a ter centenas de tendas erguidas e os protestos ameaçam continuar.

Os manifestantes, na maioria apoiantes dos partidos xiitas pró-sírios Hezbollah e Amal, e por um partido cristão seu aliado, exigem mais participação política no Governo ou a demissão de Fouad Siniora. Apoiado pelos países ocidentais, dos EUA a França, Siniora tem recusado sair, apesar de dirigir um Executivo enfraquecido pois não tem participação dos xiitas. O impasse político continua apesar de várias iniciativas.

Severiano Teixeira disse ontem, em declarações à Lusa, que espera não se confirmar um cenário cada vez mais colocado de confrontos entre comunidades. "Espero bem que haja bom senso de parte a parte em espero que a comunidade internacional continue a desempenhar um papel importante no sentido de levar a estabilidade ao Líbano", disse o ministro à Lusa, que o acompanha na viagem.

É neste pano de fundo de tensão que o Líbano enfrenta que estão presentes os 141 militares portugueses de uma companhia de engenharia que Severiano Teixeira vai visitar hoje. Os militares estão presentes no Sul, a parte do Líbano que ficou mais destruída após a guerra do Verão entre o Hezbollah e Israel. O ministro sublinhou, em declarações à Lusa, que neste local não há protestos - estes concentram-se em Beirute. "A zona onde estão as tropas portuguesas é uma zona que está calma", disse o ministro a Lusa. "Aquilo de que estou seguro é que as tropas portuguesas ao serviço das Nações Unidas darão um contributo importante para a estabilidade no Líbano", concluiu.

A companhia de militares portugueses está integrada na UNIFIL, a força da ONU que supervisiona o cessar-fogo e apoia o Executivo libanês na reconstrução. Os 141 militares portugueses no terreno estão encarregados de tarefas de reconstrução de edifícios, infraestruturas e vias de comunicação, e estão aquartelados em Shama, a sul de Naqoura, onde é o quartel-general da UNIFIL. Nuno Severiano Teixeira tem ainda marcado um encontro de trabalho com o comandante da UNIFIL, o general Alain Pellegrini, a quem responde o contingente português.

A visita de Severiano Teixeira ao Líbano ocorre após uma deslocação a Paris, onde esteve ontem para participar numa reunião que junta os países da "iniciativa 5+5" (França, Itália, Portugal, Espanha e Malta e Argélia, Líbia, Mauritânia, Marrocos e Tunísia). O ministro segue, depois da passagem pelo Líbano, para Roma, onde se reunirá com o ministro italiano da Defesa, Arturo Parisi, para discussões centradas na participação em forças multinacionais em locais como o Líbano ou o Afeganistão num dos contactos exploratórios sobre segurança e defesa que Severiano Teixeira levará a cabo até Portugal assumir a presidência da União Europeia, no segundo semestre de 2007.

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