ANMP: autarquias pouparam 831 milhões de euros em 2005
Na sessão de abertura do Congresso do Poder Local, em Lisboa, que assinala os 30 anos das primeiras eleições autárquicas democráticas, Fernando Ruas afirmou que o diploma que regula as relações financeiras entre o Estado e as autarquias contribuirá para criar mais assimetrias.
Um dos pontos de divergência entre o Governo e a ANMP é a capacidade de endividamento das câmaras - que o Executivo quer travar - mas Ruas apresentou números relativos ao ano passado. Segundo o responsável, que é também presidente da Câmara de Viseu, o recurso ao crédito bancário para financiar investimentos reduziu-se de 41,6 por cento para 14,5 por cento em 2005.
Segundo a ANMP, mais de 200 municípios ficam impedidos de endividar-se, enquanto os números do Executivo estimam esse número em 70.
Numa cerimónia em que estava o ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, Fernando Ruas desafiou "o Estado" a "deixar de ser gastador". "O Estado tem, assim, de seguir o exemplo do poder local e deixar de ser gastador, por forma a poder equilibrar as contas públicas", afirmou.
Em declarações aos jornalistas, Fernando Ruas disse estar disposto a negociar com o Governo, a partir de Janeiro de 2007, um pacote de novas competências para as câmaras nas áreas da acção social, educação e saúde.
Já hoje, o Presidente das República, Cavaco Silva, defendeu que fossem atribuídas "maiores responsabilidades às autarquias, assegurando-lhes os correspondentes meios financeiros", deixando o apelo ao diálogo entre as câmaras e o Governo na questão da Lei das Finanças Locais.