“Isso não acontecerá antes do Ano Novo. Não sabemos ainda quando, não posso, por isso, dar-vos uma data precisa”, afirmou Tony Snow, porta-voz da presidência, em declarações aos jornalistas.

Questionado sobre as razões do adiamento, o porta-voz explicou que o Presidente “decidiu que [o novo plano] não estava pronto”.

Após a apresentação, na semana passada, do relatório da comissão Baker-Hamilton, que continha várias críticas à actual estratégia norte-americana para o Iraque, a Casa Branca anunciou que Bush poderia apresentar um novo plano até ao Natal.

Apesar de admitir atrasos, a presidência dizia estar consciente de que adiar esta questão traria consequências para Bush, pressionado para apresentar, o quanto antes, um calendário para o repatriamento das tropas.

Hoje, Tony Snow sublinhou que a definição de uma nova estratégia exige tempo e ponderação, refutando as críticas dos que acusam George W. Bush de não saber o que fazer. “Essa é uma dedução errada”, afirmou o responsável, sublinhando que o Presidente “quer fazer as coisas bem”.

Bush foi obrigado a rever a estratégia para o Iraque face à derrota dos republicanos nas eleições intercalares de Novembro passado, que deram aos democratas a maioria nas duas câmaras do Congresso. A Administração viu-se, assim, confrontada com dois anos de difícil convivência com uma maioria hostil à ocupação militar do Iraque por tempo indefinido.

O Presidente já garantiu que irá acolher algumas das propostas da comissão Baker-Hamilton, mas mostra-se reticente em adoptar algumas das medidas apresentadas, em particular a inclusão da Síria e do Irão, países hostilizados por Washington, na luta contra o terrorismo e a instabilidade no Iraque. Bush também já deu a entender que a retirada das unidades de combate (que a comissão gostaria que ocorresse no próximo ano) terá de estar dependente das condições no terreno.