Protesto contra Lei das Finanças Locais junta 500 pessoas em Évora

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A manifestação percorreu as ruas de Évora Nuno Veiga/Lusa

A iniciativa partiu da Associação de Municípios do Distrito de Évora (AMDE), liderada por autarcas comunistas, como forma de assinalar os 30 anos de poder local democrático e protestar contra as medidas do Governo ao nível das transferências financeiras para as autarquias.

Depois de uma concentração no Largo 1º de Maio, em Évora, os autarcas e trabalhadores da administração local desfilaram pelo centro da cidade, com passagem pela Praça do Giraldo, até ao Governo Civil, onde entregaram um documento em que exigem respeito pela autonomia do poder local.

Desfile integrou viaturas de autarquias

O desfile integrou também algumas viaturas de autarquias do distrito, como as de recolha de lixo, que apenas percorreram uma parte do percurso até à Praça do Giraldo, considerada a sala de visitas da cidade.

Na abertura do protesto, o presidente da AMDE, Jerónimo Lóios (CDU), evocou o "incontornável contributo" do poder local em "favor do progresso social e do bem-estar dos portugueses" nos últimos 30 anos, desde as primeiras eleições para as autarquias locais após o 25 de Abril de 1974.

"Poder local deu sobejas provas de capacidade de gestão"

"Ao longo destes 30 anos, o poder local deu sobejas provas de uma efectiva capacidade de gestão, realizando, com a menor parte dos recursos públicos, a maior parte da obra da administração pública em Portugal", afirmou Jerónimo Lóios.

Depois da "valorização da obra feita" pelas autarquias, Jerónimo Lóios, também presidente da Câmara Municipal de Arraiolos, dirigiu as críticas para as medidas do Governo relativas às transferências financeiras para as autarquias.

Apelo a Cavaco Silva

Em causa está a nova Lei das Finanças Locais, já aprovada no Parlamento, que os autarcas alentejanos exigiram hoje que seja vetada pelo Presidente da República.

Com a nova legislação, os autarcas garantem que as câmaras do distrito de Évora perdem quase sete milhões de euros e algumas delas, como Arraiolos, um quarto da sua capacidade financeira.

A iniciativa, que condicionou temporariamente o trânsito no centro da cidade, terminou com a desmobilização dos manifestantes depois de uma delegação dos autarcas ter entregue o documento reivindicativo no Governo Civil de Évora.