Jardim acusa juízes do TC de colaborarem com "ataque colonialista" do PS
Ao discursar na festa de Natal dos sociais-democratas madeirenses, Alberto João Jardim disse que a Madeira está "perante o maior ataque colonialista desde que a Constituição em 1976 estabeleceu a autonomia política da Madeira". "Esse ataque colonialista é feito com violação da Constituição, é feito com violação do Estatuto Político Administrativo da Região Autónoma e é feito contando com as posições políticas dos juízes do Tribunal Constitucional", acrescentou.
As declarações surgem pouco mais de um mês depois de o líder nacional d o PSD, Marques Mendes, anunciar no Funchal que o partido pediria "a apreciação prévia da constitucionalidade do diploma". "Se a lei for aprovada como está, se o Governo teimar em não fazer alterações, se se mantiverem as inconstitucionalidades já detectadas, os deputados do PSD pedirão de imediato ao Tribunal Constitucional a apreciação prévia da constitucionalidade desta lei", declarou na altura o líder do PSD.
A Lei foi aprovada dia 30 de Novembro na Assembleia da República pelo PS e com a abstenção do CDS/PP.
O PSD-M considera que a lei está ferida de inconstitucionalidade por atentar contra o Estatuto Político Administrativo - uma lei para-constitucional - ao não cumprir o preceito que estabelece que o valor das transferências do Orçamento de Estado não podem ser inferiores às do ano anterior.
Para 2007, as transferências do Estado para a Madeira levam um corte de 34 milhões de euros.
João Jardim alertou para os tempos difíceis que a Madeira vai ter de enfrentar, mas pediu "cabeça fria" mas sem "palavrinhas doces" porque o momento é de "luta contra o Governo de José Sócrates". "Não há que fazer o jogo daqueles que na área do PSD também querem estar a comer da gamela do sistema político", sublinhou.
Referiu que o adversário principal está definido - "o inimigo número um do povo madeirense é o senhor Sócrates, o Senhor Santos e seus colaboracionistas". "Nós vamos participar em todas as lutas políticas, em todas as lutas sociais, em tudo o que seja desencadeado para ajudar a derrubar o Governo Sócrates ", disse.
Segundo a organização, o jantar de Natal do PSD-M contou com cerca de 1500 participantes.