Marques Mendes critica Governo por realizar “obras faraónicas e irresponsáveis”

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Marques Mendes propôs-se privatizar ou conceder a gestão daquelas empresas a privados caso seja Governo Paulo Carriço/Lusa

"Não há rigor, nem prudência, nem justiça social. Isto só tem um nome: novo-riquismo. É o novo-riquismo do Governo, produzimos como um país pobre, gastamos como se fôssemos um país de ricos", disse, ao encerrar o encontro de autarcas sociais-democratas, em Lisboa.

O novo aeroporto de Lisboa, projectado para a Ota, foi um dos exemplos escolhidos pelo líder do PSD. "Não há nenhum economista que considere este investimento urgente e prioritário nem nenhum estudo que diga que o novo aeroporto acrescenta competitividade à economia portuguesa. (...) Apesar disso, o Governo prepara-se para gastar mais de três mil milhões de euros".

Marques Mendes propõe privatização de cinco empresas de transportes

Exemplo idêntico da "falta de rigor" que encontra na acção do Governo é, para Marques Mendes, a situação financeira de cinco empresas de transporte do Estado.

"CP, Metro de Lisboa, Carris, Transtejo e STCP tiveram prejuízos acumulados de quatro mil milhões de euros em quatro anos, o que corresponde a três por cento de toda a riqueza nacional. No mesmo período o endividamento destas cinco empresas foi de nove mil milhões de euros, o correspondente a nove por cento da riqueza que o país produz".

Propondo-se privatizar ou conceder a gestão destas empresas a privados caso seja Governo, o líder social-democrata deplorou que "a maioria dos portugueses esteja a pagar com os seus impostos os elevados prejuízos de empresas de transportes que nem conhecem e raramente utilizam".

Marques Mendes apoiou-se nos últimos dados do Instituto Nacional de Estatística sobre a economia nacional, para lembrar que Portugal continua a divergir dos seus parceiros europeus num momento em que as economias europeias dão sinais de retoma.

"Se Portugal não está a criar riqueza, isso já não é culpa do passado, mas sim responsabilidade das políticas e das opções do actual Governo (...) corremos o sério risco de Portugal passar mais dois anos a divergir da Europa, numa altura em que esta já está em recuperação".

No encontro estiveram presentes alguns dos principais autarcas do PSD, entre os quais o presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues, bem como o alcaide de Madrid, Alberto Ruiz Gallardón.