Comentário de bolsa: Lisboa nos máximos de quase seis anos
O optimismo do mercado não reflecte, contudo, o aperto que os portugueses continuam a sentir na carteira. A subida, na quinta-feira, das taxas de juro da Zona Euro, de 3,25 para 3,5 por cento, irá agravar essa dificuldade. Ontem, a sessão foi marcada pelos ganhos do BCP, EDP e Cofina, num dia em que a Brisa e a Cimpor bateram novos máximos. A Brisa fechou a subir 0,88 por cento para 9,13 euros, mas chegou a cotar-se a 9,15 euros, o valor máximo de sempre. A concessionária de Auto-Estradas está a beneficiar da melhoria de perspectivas e recomendações favoráveis, a última da Goldman Sachs. A Cimpor bateu o máximo mais alto desde 2001, nos 5,96 euros. A dar nas vistas esteve também a Cofina, que encerrou com um ganho de 4,38 por cento para 3,81 euros, depois de ter anunciado para 22 de Dezembro um stock split (operação de divisão de acções), cuja consequência é habitualmente um aumento de liquidez. Operação que será acompanhada do pagamento um dividendo de cinco cêntimos por acção relativo ao exercício de 2005. A EDP, que tem sido um dos motores da subida da bolsa, registou um ganho de 0,54 por cento para 3,74 euros, o valor mais alto desde Setembro de 2000. A EDP foi um dos títulos que marcou a semana, impulsionada por rumores sobre a possibilidade de saída da espanhola Iberdrola. A Galp foi outra das estrelas da semana, ao bater o máximo histórico de 6,88 por cento, 14 por cento acima do 6,03 euros a que as acções foram colocadas em bolsa a 24 de Outubro. A petrolífera está a beneficiar da escassez de acções no mercado e da especulação em torno da possibilidade de os russos da Gazprom entrarem no capital, através de uma redução da posição da Amorim Energia. Ontem, a Galp encerrou com uma perda de 0,6 por cento para 6,66 euros. O dia foi negativo igualmente para a PT, que perdeu 0,2 por cento, depois de se ter ficado a saber que a operadora quer mais dez dias para analisar o projecto de decisão da Concorrência.