Rui Rio: "Rigor e transparência" do Governo podem dar vitória ao PS nas próximas eleições

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Rui Rio elogia a postura de Cavaco Silva em relação ao Governo DR

"Se o Governo, até ao fim da legislatura, continuar no sentido do rigor e da transparência, admito que o PS possa ganhar as eleições", elogiou Rui Rio, ontem à noite, no programa Grande Entrevista da RTP.

O autarca defendeu que é preciso "dar tranquilidade ao Governo para governar" e para implementar as reformas necessárias ao equilíbrio das contas públicas, sublinhando que elas "não se podem fazer sem penalizar as pessoas".

"Em termos de rumo, não pode ser outro", sublinhou, lembrando que este mesmo rumo já foi trilhado pela social-democrata Manuela Ferreira Leite enquanto ministra das Finanças.

Autarca garante apoio a Marques Mendes

Quanto à actuação de Marques Mendes enquanto líder do maior partido da oposição, Rio disse que "podia ser mais acutilante" mas sem "disparar em cima do Governo todos os dias".

"Isso não quer dizer que esse estilo [mais acutilante] não apareça daqui a um, dois ou três anos", acrescentou.

O autarca do Porto garantiu que nas próximas eleições internas para a liderança do PSD voltará a votar em Luís Marques Mendes, mesmo se Luís Filipe Menezes entrar nessa corrida.

Candidatura à direcção do PSD "é uma porta que não pode fechar"

Rui Rio disse ainda que "não está a fazer nada" para preparar, no futuro, uma eventual candidatura a presidente do PSD, mas ressalvou que, "em tese", essa "é uma porta que não pode fechar".

"Se fizermos bem as coisas, abrem-se portas. Se fizermos mal, fecham-se", disse.

Cavaco Silva "está a fazer o que o país precisa"

O social-democrata elogiou ainda a actuação do actual Presidente da República e disse que "só os militantes do PSD que vêem isto de uma forma muito clubista" é que se podem sentir frustrados com Cavaco Silva, numa referência ao apoio do chefe de Estado às políticas do Governo do PS.

"Ao colaborar com o Governo, [Cavaco Silva] está a fazer o que o país precisa. Entre dois amores, tem que optar pelo país", sublinhou.

O autarca do Porto refutou as acusações de estar "a desprezar" a cultura e disse que "apenas" cortou os apoios pecuniários ao sector, à excepção das entidades que se afiguram "relevantes" para a cidade, como a Casa da Música ou a Fundação Serralves.

"Acha bem que os nossos impostos sejam canalizados para espectáculos sem público?" questionou.

Garantiu que a sua relação com a comunicação social vai continuar a ser feita por escrito, por considerar que esta é a regra "mais democrática e mais clara".

"O jornalista é dono da pergunta, eu sou dono da resposta", afirmou.

O presidente da Câmara do Porto disse ainda que não sabe se vai recandidatar-se a um terceiro mandato à frente da autarquia, dizendo apenas que isso "depende de vários factores".

Por fim, defendeu a separação entre a política e o futebol e garantiu que "não seria deputado se fosse presidente da Liga de clubes", numa crítica à situação do actual líder do futebol profissional, Hermínio Loureiro.