Soflusa admite atribuir novas funções aos maquinistas
As greves dos maquinistas da Soflusa — cujo último período decorreu entre segunda-feira e ontem — devem-se a um conflito laboral relacionado com a diferença dos vencimentos entre maquinistas e mestres.
Num comunicado emitido hoje, a empresa diz constatar, através dos pré-avisos de greve, "que os maquinistas não aceitam ver reconhecida, no salário, a diferenciação de responsabilidades atribuídas aos mestres, na condução e comando destas embarcações".
Em resposta à postura dos trabalhadores, a transportadora invoca a lei e "vários estudos e avaliações efectuadas por entidades independentes sobre a estrutura funcional das tripulações adequada às embarcações da Soflusa", que indicam que "o mestre é a única pessoa a bordo com competência para comandar as embarcações e chefiar a tripulação da qual o maquinista faz parte".
A empresa assinala que a diferenciação de funções e vencimentos "não é mais do que a adopção de uma prática existente há muitos anos, na Transtejo", que está relacionada também com "a inovação e evolução tecnológica deste tipo de embarcação" e a consequente redução "do nível de actividade do maquinista a bordo".
Maquinistas podem ter novas tarefasAssim, a Soflusa diz estar a analisar a possibilidade de oferecer no futuro "novas tarefas, fora de bordo e de apoio técnico à frota, com vista a um melhor aproveitamento das competências" dos maquinistas "e a optimizar os seus tempos de trabalho, nas vertentes técnica, operacional e profissional".
"Está disponível um documento de trabalho que pressupõe o acordo de todos os sindicatos representativos das tripulações, com o eventual valor compensatório", lê-se no comunicado da Soflusa. Contudo, o acordo "lamentavelmente não foi conseguido por parte de todos os sindicatos".