Distrito de Bragança regista maior incidência de febre da carraça

Foto
A sensibilização da população é uma das soluções sugeridas Paulo Pimenta/PÚBLICO (arquivo)

Vítor Lourenço referiu que nesta região são registados anualmente 80 casos por cada cem mil habitantes, enquanto no resto do país a relação é de dez casos por cem mil habitantes.

O responsável é um dos oradores do seminário que decorre hoje em Bragança sobre "Saúde Pública e Doenças Transmitidas por Carraças", organizado pela sub-região de Saúde de Bragança.

De acordo com o delegado distrital de Saúde, "a situação reclama para o combate a esta doença um programa de erradicação idêntico ao desenvolvido há dez anos contra a brucelose", que levou a uma redução da vertente humana, transmitida através do gado e seus derivados, "de entre 140 a 180 casos anuais para meia dúzia".

Para o delegado distrital de saúde, "é preciso abanar as instituições no sentido de se mobilizarem, à semelhança do que aconteceu com a brucelose, em que os organismos ligados à Agricultura procuraram fundos comunitários para um programa de erradicação da doença junto de agricultores e explorações agrícolas".

Instituições "têm andado distraídas"

O responsável entende que "as pessoas — particulares e instituições — têm andado distraídas e descuidadas com a problemática da febre da carraça", o que atribui "a um baixo nível de desenvolvimento".

Segundo o delegado de saúde, "a perturbação da saúde pública causada por esta doença exige outra postura", nomeadamente das pessoas que têm animais de companhia e das autarquias, exigindo-se maior atenção para os animais vadios que deambulam pela ruas infestados de parasitas.

Crianças e jovens são os mais afectados

Os mais afectados pela doença são crianças e jovens, entre um e 15 anos, as idades mais propícias a brincadeiras com animais ou na relva de jardins.

Segundo explicou, esta doença é provocada pela mordedura da carraça, que transporta uma bactéria causadora de sintomas como febres altas, dores musculares e cefaleias.

A febre da carraça pode ainda provocar atrofia do sistema nervoso central e da parte pulmonar e, em casos extremos, poderá provocar a morte, se o organismo da vítima estiver debilitado por outras que stões de saúde.

Em dez por cento dos casos, a febre da carraça obriga a internamento hospitalar.

Para Victor Lourenço, o combate à doença exige também sensibilização em termos de higiene e saúde no trabalho, nomeadamente junto de pastores e outros profissionais que trabalham com animais portadores do parasita.