Ministro admite que subida das taxas de juro não favorece crescimento
"Temos de ser realistas", afirmou Teixeira dos Santos, para quem a subida do preço do dinheiro não cria “a melhor das combinações de políticas orçamental e monetária”, numa altura em que Portugal regista um “crescimento económico ainda baixo” e efectuar um “esforço de correcção do défice das contas públicas”.
A subida das taxas – para 3,5 por cento – significa maiores encargos com o serviço da dívida, seja privada ou pública, e "isso nunca pode ser entendido como positivo", admitiu o ministro.
No entanto, Teixeira dos Santos desdramatiza apontando vários factores, entre os quais que "a correcção da situação financeira de Portugal vai levar à melhoria dos 'ratings' do país, diminuindo os prémios de risco de financiamento externo e contrabalançando a subida dos juros".
Quanto aos efeitos no investimento, o ministro das Finanças acredita que, embora o custo financeiro seja uma variável, o "mais importante é a criação de confiança no crescimento da economia".
Além disso, recordou, as subidas das taxas de juro têm vindo a ser antecipadas e estão já incorporadas nas taxas que as instituições financeiras estão a praticar, sem que se verifique que estejam a afectar o investimento ou a retoma da economia.
O BCE decidiu hoje subir a taxa de juro de referência em 0,25 pontos percentuais para os 3,5 por cento, sendo este já o sexto aumento consecutivo do preço do dinheiro desde Dezembro de 2005.
Uma nova subida é esperada para o início do próximo ano, com o BCE a prevenir eventuais pressões inflacionistas.