A imagem foi utilizada ontem por Fernando Santos e define a missão que os “encarnados” têm pela frente. Os mais incrédulos apelidá-la-ão de impossível; o treinador dos benfiquistas prefere chamá-la de complicada.

"Sempre dissemos que esta partida seria uma final e vimos disputá-la com esse espírito e com a consciência de que será difícil vencê-la, mas que é possível", enfatizou Fernando Santos. E, tal como numa final, o Benfica viajou mais cedo para Manchester e não apenas na véspera do jogo, como é habitual nas eliminatórias "uefeiras". Uma forma de preparar melhor o encontro.

Hoje, pela frente, o Benfica terá a melhor equipa inglesa do momento (lidera a tabela, tem um dos melhores ataques, a par do Chelsea, e a melhor defesa), um dos jogadores mais inspirados do futebol inglês (Ronaldo) e o maior goleador dos red devils (Saha, autor do golo da vitória do Manchester United na Luz). Dados mais do que suficientes para impor respeito e que quase desvalorizam o facto de a última derrota do emblema inglês no seu estádio, numa fase de grupos, ter sido há mais de cinco anos (em Outubro de 2001, o Deportivo da Corunha venceu por 3-2) e de nenhum clube português ter saído de Old Trafford vitorioso.

Apesar de estar obrigado a vencer, o Benfica não será uma equipa de ataque. "A estratégia não passa por chegar aqui e irmos todos para a frente, porque isso seria fatal para nós. Mas devemos defender concentrados e não ter medo de jogar e ter a bola", explicou Fernando Santos. Uma opinião partilhada por Simão: "O mais importante é não sofrer e depois, sim, marcar".

Sem confessar o onze que alinhará hoje (embora ninguém aposte numa equipa diferente da que jogou em Alvalade), Fernando Santos confirmou que não alterará a estrutura da equipa. Mas, desta vez, preferiu fazer os jogadores sentirem um pouco da adrenalina: "Isto acaba aqui. Só temos uma hipótese".

O treinador “encarnado” acredita que, se conseguir aguentar a pressão inicial do Manchester, pode tirar proveito do aproximar do fim do jogo: "Este jogo tem nuances. Nós precisamos de vencer e eles não. Isto pode ter influência no decorrer do jogo. Não estou a dizer que eles vão abdicar de explanar o seu futebol, mas sabem que não sofrer golos também é importante".

No Manchester, a confiança na vitória é absoluta. A eliminação do ano passado é encarada como um simples acidente de percurso e o bom momento que a equipa atravessa ajuda a este sentimento de superioridade. Com todos os jogadores disponíveis, o Manchester apresenta-se na sua máxima força num estádio que estará lotado. Solskjaer disse que os jogadores se sentem como se lhes "estivessem a embalar o berço", uma vez que vivem um ambiente de sonho.

Manchester United – Van der Sar, Neville, Ferdinand, Vidic, Heinze, Carrick, Scholes, Ronaldo, Giggs, Rooney e Saha.

Benfica – Quim, Nélson, Luisão, Ricardo Rocha, Léo, Petit, Katsouranis, Nuno Assis, Simão, Miccoli e Nuno Gomes.

Árbitro: Herbert Fandel (Alemanha)