Poder destrutivo dos terramotos pode ser conhecido em dois segundos
O trabalho, que será publicado na próxima edição da revista "Geophysical Research Letters", conclui que "as ondas geradas nos segundos iniciais de um terramoto contêm informações suficientes para determinar a magnitude e o potencial destrutivo de um terramoto".
Os investigadores Aldo Zollo e Maria Lancieri, da Universidade de Nápoles, e Stefan Nielsen, do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia de Roma, conseguiram determinar os picos de amplitude dos primeiros sinais sísmicos recolhidos no epicentro de um terramoto e a sua correlação com a magnitude do sismo.
Após ter estudado 200 terramotos nos últimos anos no Mediterrâneo — "uma zona de grande variedade geológica e tectónica" —, concluíram que a magnitude de um terramoto pode ser estimada utilizando os sinais recolhidos durante os segundos iniciais do sismo.
De acordo com o estudo, as ondas primárias (P), que viajam a uma velocidade de seis quilómetros por segundo, são capazes de chegar a 60 quilómetros do epicentro em dez segundos e as secundárias (S), que costumam ser as mais destrutivas, viajam a uma velocidade inferior a 3,5 quilómetros por segundo, atingindo uma distância de 17 quilómetros em dez segundos.
Para os especialistas, uma cidade situada a 60 quilómetros do epicentro dispõe de 15 segundos para se preparar para o impacto do sismo, tempo que resulta da diferença entre a chegada da primeira onda (P) à estação sismológica mais próxima do epicentro e a chegada de uma onda (S) a uma cidade.
Os terramotos de grau 6 podem provocar danos consideráveis em áreas urbanizadas e nos locais onde abundam estruturas arquitectónicas velhas.
Os investigadores concluem que os sistemas de detecção precoce "podem ajudar a reduzir os efeitos dos desastres provocados por um terramoto, como os fogos, as explosões, os derrubamentos e os tsunamis, que muitas vezes são mais devastadores do que o terramoto em si".