Os responsáveis da missão reúnem-se hoje para uma nova avaliação das contrariedades, mas prossegue a contagem decrescente para o lançamento amanhã, como previsto.

Os eventuais problemas prendem-se com um pequeno aumento da tensão eléctrica entre a rampa móvel de lançamento e a aeronave, e com resultados duvidosos de testes industriais numa junta do motor de combustível sólido, referiu LeRoy Cain, coordenador do lançamento.

De acordo com as primeiras análises, todos os sistemas eléctricos do vaivém espacial deverão ser declarados em perfeito estado, mas esta conclusão é ainda prematura.

As últimas previsões meteorológicas são piores do que se esperava, mas mesmo assim indiciam 60 por cento de condições favoráveis para o lançamento, ou menos dez por cento do que se previa anteriormente.

O lançamento — o primeiro nocturno desde o acidente com o Columbia, em Fevereiro de 2003 — está marcado para as 21h35 locais (02h35 de sexta-feira em Lisboa), numa janela de lançamento de dez minutos, no Centro Espacial Kennedy, perto de Cabo Canaveral, na Florida.

Os sete tripulantes — duas mulheres e cinco homens, entre os quais o primeiro sueco a ir ao espaço, Christer Fuglesang — estarão 12 dias em órbita, dois terços dos quais atracados à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla original) para prosseguir a sua construção.

A construção da ISS, interrompida em 2003 devido à perda do Columbia, foi retomada durante o voo anterior de um vaivém, o Atlantis, em Setembro. A conclusão da montagem da estação é considerada essencial para garantir apoio a futuros voos tripulados até Marte.

Os astronautas do Discovery deverão descarregar e instalar um segmento metálico de duas toneladas, destinado a reforçar a estrutura da estação, e refazer o sistema de ligações eléctricas, que obrigará a um corte temporário de corrente em todo o complexo para evitar riscos de electrocussão.

Estão também incumbidos de activar a dupla antena solar gigante instalada em Setembro, que irá duplicar a potência eléctrica actual da estação.

Estas tarefas, consideradas de grande complexidade, obrigarão a três saídas para o espaço de quase 20 horas no total por duas equipas de dois astronautas.

A missão tem também como objectivo substituir um dos três tripulantes da ISS, o alemão Thomas Reiter, da Agência Espacial Europeia, que chegou à estação em Julho e regressará à Terra no Discovery a 18 de Dezembro. O espacionauta europeu será substituído pela astronauta norte-americana Sunita Williams.