Águas de Portugal: boa gestão luso-espanhola evitou cheias mais graves no Tejo

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Pedro Serra considera "impensável" que as cheias não ocorram devido aos tratados Paulo Cunha/Lusa (Arquivo)

"As cheias teriam sido muito mais severas, se não tivesse havido uma boa coordenação entre as duas administrações e as duas hidro-eléctricas", disse o responsável aos jornalistas, à margem do V Congresso Ibérico sobre Gestão e Planeamento da Água, que ontem começou na capital algarvia.

Pedro Serra assegurou que a cooperação entre os dois países, sobretudo no que respeita à abertura e fecho de barragens, "já há muitos anos vem conseguindo que as cheias sejam menores". Na Bacia do Tejo a cooperação "é mais intensa e frutuosa" do que nos dois outros rios internacionais que desaguam em Portugal, já que, no Guadiana, as cheias "têm características distintas" e no Douro "não há barragens que possam fazer essa gestão".

Contudo, Pedro Serra considerou "impensável" que as cheias não ocorressem por força dos tratados entre os dois países, designadamente das disposições da Convenção de Albufeira, assinada naquela cidade algarvia em 1998, que vai estar em discussão durante os quatro dias de congresso.

"Sempre houve cheias, por exemplo no Ribatejo, e quando elas ocorrem não podemos dizer que foi porque as autoridades espanholas abriram as comportas das barragens", salientou.

O presidente da Águas de Portugal enunciou algumas alterações que considera necessárias à Convenção de Albufeira, entre as quais a configuração com directivas europeias entretanto aprovadas, a introdução de novas medidas para situações de seca e de programas para situações de emergência.

O responsável sublinhou que a Convenção de Albufeira permitiu uma gestão dos recursos entre ambos os países, mas frisou que essa gestão não é extensível a todas as situações, pois, apontou, "há uma considerável autonomia" na gestão das bacias.

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