Saddam Hussein não quer comparecer às sessões do seu julgamento
"Quando tentei esclarecer a verdade, não me deu hipótese de o fazer, pelo que não posso continuar a ouvi-lo", lê-se numa carta enviada ao juiz Muhammad Ureibi al-Khalifa, que preside ao segundo processo em que Saddam é arguido.
"Peço que me dispense de assistir às próximas audiências, após este último insulto. Pode tomar todas as medidas que considere necessárias", escreve Saddam na carta, que termina com a afirmação "Alá é grande e os pecadores serão condenados".
O antigo Presidente iraquiano e seis antigos colaboradores estão a ser julgados desde finais de Agosto por terem ordenado ou executado as campanhas militares contra a minoria curda, entre 1987 e 1888.
Segundo a acusação, a operação Anfal levou à evacuação forçada de dezenas de aldeias, à prisão em massa de civis e à morte – por execução, fome ou exaustão – de perto de 180 mil curdos.
Saddam foi já condenado à morte no culminar de um primeiro processo em que era acusado de ter ordenado a execução de 148 habitantes da aldeia xiita de Dujail, em retaliação contra uma alegada tentativa frustrada para o assassinar.