Autoridades colocam segunda barreira de contenção para evitar possível derrame em Setúbal
A primeira barreira foi colocada ao final da noite de ontem, para evitar a contaminação das águas, mas ainda se desconhecem as razões do reforço da segurança.
Horas antes, o director de navegação e segurança da administração dos portos garantira que o arrastão que se afundou à entrada do porto de pesca de Setúbal não constituía perigo imediato para a navegação marítima.
"Já reforçámos a amarração do navio e colocámos sinalização adequada", disse Rui Silvestre. O mesmo responsável frisou que de hora a hora estão a ser transmitidos avisos à navegação.
De acordo com Rui Silvestre, o arrastão Mar Salgado está assente no fundo mas, ao que tudo indica, não há perigo de derrame de combustível.
"Tudo indica que se está a verificar apenas a libertação de uma pequena quantidade de gasóleo através de respiradouros dos tanques de combustível", acrescentou.
Quercus critica circunstâncias do acidenteO vice-presidente da Quercus, Francisco Ferreira, que se deslocou ao local do acidente durante a noite de ontem, disse à Lusa que não tinha ainda informação pormenorizada sobre o derrame do combustível, mas mostrou-se particularmente crítico sobre as circunstâncias em que se verificou o acidente.
"O navio adornou quando estava a fazer o abastecimento de combustível numa zona pouco profunda e onde seria previsível que uma situação destas pudesse ocorrer", sustentou o dirigente.
"É preciso averiguar as circunstâncias em que ocorreu o acidente, mesmo que não se verifique um grande derrame de combustível, como todos esperamos", concluiu Francisco Ferreira.
O Mar Salgado — um arrastão de 22 metros de comprimento, carregado com 27 toneladas de gasóleo — afundou ontem, por volta das 19h00.
Segundo disse o motorista da embarcação, Carlos Figueiredo, o navio tinha acabado de se abastecer de combustível e preparava-se para descarregar quatro toneladas de pescado na lota de Setúbal.
De acordo com a mesma fonte, o acidente poderá ter ocorrido devido ao facto de a embarcação se encontrar numa zona de fundos baixos, desconhecida da tripulação e, posteriormente, ter-se verificado a baixa-mar.
A investigação às causas do acidente só começará hoje, segundo o comandante da capitania do porto de Setúbal, Crispim de Sousa. Hoje, a capitania vai também contactar o proprietário e a administração dos portos em causa.
O Mar Salgado está matriculado em Aveiro e é propriedade da Sociedade Lisbonense Pesca do Bacalhau Limitada.
O navio, de 113 toneladas, tem sete tripulantes, mas só quatro deles estavam a bordo quando o navio adornou. Todos escaparam ilesos.