Greve nos CTT: sindicato e administração apresentam números divergentes
Vítor Narciso, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), disse à agência Lusa que o primeiro turno do serviço de transporte e das unidades de tratamento e distribuição registou uma adesão de 78,13 por cento dos 870 trabalhadores que deveriam ter entrado até às 07h00, afectando a entrega da correspondência.
António Marques, director de recursos humanos da empresa, contestou estes números e afirmou que a situação "está perfeitamente controlada", à semelhança do que aconteceu nos outros dias de paralisação.
"É preciso desmistificar a ideia de que há muito correio atrasado", disse António Marques, frisando que os planos de contingência postos em marcha pela empresa têm resultado.
Os planos visam assegurar a entrega da correspondência de carácter social, como as pensões de reforma e encomendas de medicamentos, o correio azul e os registos.
O responsável pelos recursos humanos admitiu que, "em algumas zonas, sobretudo no Sul, Coimbra, Leiria e Pombal", possam existir "alguns problemas, mas mesmo esses serão resolvidos num curto espaço" de tempo.
Trabalhadores manifestam-se hoje em LisboaOs seis sindicatos do sector responsáveis pela paralisação vão manifestar-se hoje à tarde nas ruas de Lisboa, a partir das 14h30, partindo dos Restauradores até à sede da empresa, na rua de S. José, onde vão tentar entregar uma resolução ao conselho de administração, disse Vítor Narciso.
Os trabalhadores protestam contra o desvio do serviço reservado dos grandes clientes para uma empresa controlada pelos correios, a Mailtec, acusando a administração de não ter informado os sindicatos dessa medida.
A transferência do serviço dos grandes clientes põe em causa 300 a 400 postos de trabalho, segundo os sindicatos, mas a administração refuta estas acusações e alega que até poderá haver "um aumento de postos de trabalho".