Hugo Chávez reeleito Presidente da Venezuela

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Hugo Chávez Guillermo Legaria/EPA

Durante o seu discurso de vitória, o Presidente afirmou que "o socialismo é o reino do futuro venezuelano".

Chávez proclamou a sua vitória perante milhares de apoiantes, que se concentraram em frente à chamada "varanda do povo", a que o Presidente se referiu ontem como a "varanda da vitória", no palácio presidencial de Miraflores.

"O reino de amor e de paz de Cristo é o reino do socialismo, o reino do futuro venezuelano", afirmou Chávez, que classificou como "incomparável" o triunfo "da revolução bolivariana".

"Hoje começa uma nova era no projecto de desenvolvimento boliviano, que terá como força central e fundamental o aprofundamento, a ampliação e a expansão da revolução bolivariana, da democracia revolucionária, na via venezuelana para o socialismo", prosseguiu.

Chávez saúda "carácter democrático"

Hugo Chávez reconheceu "o carácter democrático" dos sectores da oposição que participaram nas eleições presidenciais, que, segundo os observadores, decorreram em clima de tranquilidade e registaram uma boa afluência.

"As minhas palavras de reconhecimento para os que votaram noutra opção, pelo seu carácter democrático", disse, afirmando esperar que a oposição "esteja à altura do povo venezuelano" e se "junte ao esforço de construção da nova democracia".

Morales salienta menor diferença para Chávez

Manuel Morales demorou mais tempo a reconhecer a sua derrota, mas sublinhou que a diferença que o separou de Hugo Chávez foi menor do que a anunciada pelo conselho eleitoral do país.

"Começámos a luta pela construção de um novo futuro", destacou Manuel Rosales, destacando que a sua candidatura tinha permitido "restabelecer a esperança" e conduzir "à construção de uma alternativa, de uma Venezuela para todos".

"Hoje iniciámos a luta pela construção de um novo tempo para a Venezuela. Vou continuar na rua, lutando pelo povo, pela democracia e pela liberdade. Não é tempo de rendição, é tempo de continuar a lutar pela vida dos venezuelanos e pelas nossas ideias", prometeu.

"Encontrámos um país desmotivado, com os sonhos desfeitos, que tinha desistido de tudo, e restabelecemos a fé e conseguimos uma força alternativa que torna possível a Venezuela que todos quisemos" afirmou.

Depois de agradecer aos seus eleitores, Rosales reiterou que a alternativa de poder que personificou nestas eleições "continua viva".

Luso-descendente conquista apenas quatro mil votos

A candidata luso-descendente Venezuela Portuguesa da Silva reuniu apenas 3495 votos, de um universo de 16 milhões de venezuelanos, 400 mil dos quais luso-descendentes. Os quase quatro mil votos colocam-na como a quarta mais votada entre 14 candidatos.

"Apoio a decisão do povo e vou continuar a lutar pelo futuro deste país", disse Venezuela da Silva à Lusa, para quem o civismo e o alto índice de participação na jornada eleitoral "fortaleceram o sistema democrático". Por outro lado, disse confiar que quando todos os votos estiverem escrutinados subirá da quarta para a terceira posição.