Estarreja: automobilistas buzinaram contra portagens nas Scut

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O local escolhido para a realização do buzinão foi a saída de Estarreja da A1, utilizada diariamente por centenas de automobilistas David Clifford/PÚBLICO (arquivo)

"Houve uma grande adesão ao protesto e em certos momentos o barulho foi ensurdecedor. De uma forma geral tivemos uma boa aceitação do documento que distribuímos e recebemos palavras de apoio e incentivo de muitos dos automobilistas", descreveu à Lusa Miguel Bento, da comissão contra as portagens.

Aquele movimento, que tem em curso um abaixo-assinado contra a introdução de portagens na A17 e na A29, organizou hoje um "buzinão" de protesto, entre as 07h00 e as 10h00.

O local escolhido para a realização do "buzinão" foi a saída de Estarreja da A1, utilizada diariamente por centenas de automobilistas que se dirigem ao Norte e que em Estarreja tomam a A29 (Scut), evitando pagar portagem no percurso até ao Porto pela A1.

"O objectivo é demonstrar que não há alternativa à A1, a não ser pela A29 e alertar as pessoas para o que é mais um imposto, o que foi conseguido" disse Miguel Bento no final do "buzinão", em que foram distribuídos cerca de mil panfletos a explicar as razões da comissão de utentes.

Além do impacto individual nos automobilistas, a comissão considera que a introdução de portagens na A17 e na A29 vai agravar a situação das empresas num distrito que tem cada vez mais dificuldades, com reflexos no desemprego.

Para a comissão de utentes, a Estrada Nacional 109 não é uma alternativa real à rede de auto-estradas, "até porque foi desmembrada para construir a A29 e tem alguns troços que já são de gestão municipal, com centenas de passadeiras e dezenas de semáforos".

"Fazendo o percurso pela 109 temos de atravessar ruas sem passeios, com perigo para os peões, e zonas onde circulam crianças para a escola, como em Avanca e em Esmoriz. Em dias de feira não se consegue romper em Estarreja e em Espinho", descreve Ivar Couceiro, outro dos elementos da comissão de utentes.

A comissão já recolheu "mais de um milhar de assinaturas" no abaixo-assinado que tem em curso contra as portagens e mantém um blog na Internet para "mobilizar utentes descontentes".