Morreu o economista americano Milton Friedman

Foto
Milton Friedman DR

Milton Friedman, um dos mais influentes teóricos do liberalismo económico, distinguido com o Prémio Nobel em 1976, morreu hoje, aos 94 anos de idade, anunciou a fundação a que deu o nome.

A doutrina económica de Friedman desempenhou um papel determinante nas políticas governamentais levadas a cabo nas últimas décadas por vários países, como as que foram postas em prática pela antiga primeira-ministra britânica Margaret Thatcher ou pelo ex-Presidente norte-americano Ronald Reagan.

Controverso pelas suas posições conservadoras, Friedman advogava que só o livre desenvolvimento do mercado, liberto das regulamentações estatais, criava condições para o crescimento e a liberdade política e social das nações.

Conselheiro dos Presidentes dos EUA Richard Nixon, Gerald Ford e Ronald Reagan, apesar de sempre ter recusado qualquer cargo político, Friedman publicou dezenas de livros sobre as várias áreas económicas que abordou, da macro à microeconomia, da teoria monetária à estatística e à história económica.

No mais famoso de todos, "Capitalismo e Liberdade", publicado em plena Guerra Fria (1962), Milton tece as bases do seu pensamento, argumentando que a liberdade económica é uma condição essencial para a liberdade das sociedades e dos indivíduos.

Friedman nasceu em 1912, em Nova Iorque, sendo o mais novo de quatro irmãos de uma família judia oriunda da actual Ucrânia.

Após a licenciatura em economia, trabalhou vários anos para os serviços governamentais durante a Depressão, antes de se doutorar pela Universidade de Columbia, em 1946, começando a leccionar na Universidade de Chicago.

Dois anos mais tarde, foi um dos fundadores da Escola de Economia de Chicago, instituição celebrizada pela defesa do liberalismo na sua forma mais pura e que viria a estar envolvida em polémica quando vários dos seus docentes serviram como conselheiros económicos da ditadura chilena de Augusto Pinochet.

Após a atribuição do Nobel, "pelos progressos alcançados nos campos da análise de consumo, história e teoria monetária e pela demonstração da complexidade da política de estabilização", Milton Friedman torna-se mentor do reputado Instituto Hoover da Universidade de Stanford, na Califórnia.

Foi precisamente no "golden state", num hospital de São Francisco, que o economista faleceu hoje, aos 94 anos de idade, vítima de paragem cardíaca.

Sugerir correcção
Comentar