Frota baleeira japonesa parte rumo ao Antárctico
Na época passada, os japoneses caçaram 853 baleias-anãs do Antárctico e dez baleias-comuns numa campanha que se transformou numa batalha naval com os barcos da Greenpeace, organização ecologista internacional. Um militante da organização quase se afogou ao tentar retirar um arpão de uma baleia.
Hoje, a Greenpeace apelou à frota baleeira nipónica para não sair do porto e denunciou, mais uma vez, a caça à baleia que o Japão garante praticar apenas para fins científicos.
“Este programa não passa de uma desculpa falaciosa para retomar a caça comercial à baleia, mesmo sem procura no mercado que justifique”, lamentou a Greenpeace em comunicado.
O Japão, na liderança dos países que fazem campanha para a retoma da caça comercial, milita há vários anos pelo fim da moratória decretada em 1986 pela Comissão Baleeira Internacional.
Argumentando que o número de cetáceos está a aumentar, o Governo japonês decidiu, recentemente, duplicar as suas capturas “científicas” de baleias-anãs de 440 para 850, por ano.
Tóquio argumenta ainda que a caça e a carne de baleia fazem parte das suas tradições culturais e culinárias.
O consumo de carne de baleia, que caiu no Japão depois da imposição da moratória, tem vindo a aumentar nos últimos anos, nomeadamente, depois do Governo ter encorajado a sua preparação nas cantinas escolares e em alimentos para cães.
Além das 853 baleias caçadas no ano passado nas águas do Antáctico, o Japão matou este ano 351 cetáceos de outras quatro espécies no oceano Pacífico, segundo a Agência das Pescas nipónica.