"O Governo perdeu um tempo precioso, que contribuiu decisivamente para o total desaproveitamento dos três anos de 2005 a 2007", acusou o vice-presidente da bancada do PSD Miguel Frasquilho, sublinhando que os níveis da despesa previstos para o próximo ano são semelhantes aos verificados em 2004.

Para Frasquilho, "o traço marcante da propaganda" do Governo sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2007 "é a ilusão criada à volta do pseudo-controlo da despesa pública".

"A verdade é que, em 2007, a despesa pública total, a despesa corrente e a despesa corrente primária sobem todas em valor absoluto", criticou, diagnosticando ao Governo "um rotundo falhanço" em matéria de consolidação orçamental.

De acordo com o ex-secretário de Estado social-democrata, o Governo só conseguiu cumprir os défices de 2005 e 2006 "porque as receitas, sobretudo as receitas fiscais, subiram sempre muito mais do que tinha sido orçamentado".

Também em 2007, acrescentou, haverá "aumentos de impostos e taxas" não previstos, como a subida de impostos sobre os combustíveis, a subida do IRS sobre os reformados, a subida da carga fiscal sobre os deficientes, a subida do imposto sobre o tabaco, a introdução de "taxas castigadoras" na saúde e a subida da contribuição para a Adse dos funcionários públicos.