Freguesia de Amor rejeita ETAR para suiniculturas da região

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A ribeira dos Milagres é um dos destinos ilegais dos efluentes das suiniculturas da região Paulo Cunha/Lusa (Arquivo)

O Movimento Amor Saudável (MAS) insurgiu-se hoje contra os planos para a construção na freguesia de Amor de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), para dar resposta à poluição produzida pelas suiniculturas da região de Leiria.

O projecto, da empresa Recilis, está planeado para a região há anos e aponta como potencial localização a freguesia de Amor, no Vale do Lis. A ETAR vai receber efluentes suinícolas do concelho de Leiria, a maior parte pertencentes a explorações nas freguesias dos Milagres, Regueira de Pontes e Bidoeira.

Em comunicado, o MAS defende que aquela infra-estrutura deve ser construída "próximo dos principais agentes poluidores, uma vez que são também eles que retiram os naturais dividendos" da actividade.

Por outro lado, o movimento considera ser "totalmente inaceitável" a proposta para a localização da ETAR, "uma vez que na sua proximidade se encontram as nascentes das termas de Monte Real e o próprio núcleo de captação de água que irá em breve abastecer uma parte da cidade de Leiria".

Defendendo o princípio do "poluidor-pagador", o Movimento Amor Saudável considera, ainda, que a ETAR projectada pela Recilis "não se destina a tratar problemas criados pelas pessoas, mas sim problemas criados pelo desenvolvimento desregrado e concentrado de uma actividade que é a suinicultura".

Esta posição do MAS surge numa altura em que são aguardados os resultados da avaliação de impacto ambiental sobre a localização da futura ETAR, tendo o presidente da Recilis, David Neves, garantido que "a localização desta ETAR vai estar dependente" daquela avaliação.

A nova ETAR deverá custará 16 milhões de euros, devendo ter capacidade para tratar os dejectos produzidos por 180 mil porcos - equivalentes a 1500 metros cúbicos por dia -, através do sistema de digestão anaeróbia, que prevê a decomposição dos dejectos com bactérias, secando as lamas e produzindo biogás, que pode ser aproveitado para electricidade.

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