CGTP apresenta reivindicações para 2007 sem definir referencial salarial

Carvalho da Silva diz que devem ser as estruturas sindicais sectoriais a definir os seus referenciais para a negociação
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Carvalho da Silva diz que devem ser as estruturas sindicais sectoriais a definir os seus referenciais para a negociação Mário Cruz/Lusa
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A CGTP apresentou hoje a sua plataforma reivindicativa para 2007 sem definir um referencial salarial, por considerar que o mais importante é assegurar uma negociação efectiva no sector privado e no público.

"A discussão de referenciais para a negociação colectiva tem pouco valor se não se conseguir uma negociação efectiva", disse o secretário-geral da CGTP, em conferência de imprensa.

Manuel Carvalho da Silva acrescentou que, além disso, cada sector tem a sua realidade económica e, por isso, devem ser as estruturas sindicais sectoriais a definir os seus próprios referenciais para a negociação.

O dirigente exortou as estruturas sindicais da CGTP a avançarem com propostas negociais mais amplas, que não abranjam só os aumentos salariais, mas também matérias relacionadas com o emprego, formação profissional e higiene e segurança no trabalho.

O sindicalista salientou, no entanto, a necessidade de serem identificadas as perdas salariais que os trabalhadores portugueses sofreram nos últimos anos. Lembrou que nos últimos cinco anos o crescimento salarial em Portugal foi apenas um décimo do crescimento salarial verificado na média dos países da União Europeia.

Por outro lado, os desvios da inflação relativamente às previsões anuais que servem de referencial para os aumentos, entre 1998 e 2006, totalizaram os seis pontos percentuais.

CGTP defende melhoria das qualificações dos trabalhadores

Na sua proposta reivindicativa, aprovada hoje pelo Conselho Nacional, a Inter define um conjunto de reivindicações que considera prioritárias para a concretização de uma estratégia de desenvolvimento que melhore as condições de vida e de trabalho dos portugueses.

O documento defende, nomeadamente, a elevação da produtividade dando prioridade ao sector produtivo, a melhoria das qualificações dos trabalhadores e da qualidade do emprego, a melhoria dos salários, a valorização dos direitos laborais, o combate à economia clandestina e à precariedade laboral e a garantia do futuro da segurança social.

Há pouco mais de uma semana, a CGTP tinha apresentado a proposta de aumento do Salário Mínimo Nacional dos actuais 385,9 euros para os 410 euros.

Esta reivindicação também integra a plataforma reivindicativa para 2007, que reafirma a pretensão da central sindical de que o SMN evolua de forma a chegar aos 500 euros em 2010.

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