Luís Miguel Cintra recebe Prémio Pessoa

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Cintra partilhou o prémio com todos aqueles com quem tem trabalhado António Cotrim/Lusa

O actor e encenador Luís Miguel Cintra foi hoje particularmente crítico do modo de fazer teatro em Portugal, na sua intervenção no Museu Militar de Lisboa, ao receber o Prémio Pessoa.

Presentes na cerimónia estiveram o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o secretário de estado da Cultura, Mário Vieira de Carvalho, e Francisco Pinto Balsemão, presidente do júri e também da Impresa, proprietária do semanário “Expresso” que, juntamente com a Unisys, instituiu o Prémio em 1987.

O teatro hoje, disse Cintra, "tem de corresponder ao formato que convém", isto é, tem de "encaixar-se no espaço que os programadores previram que fosse inovação, e que é tantas vezes reduzido ao pequeno formato marginal".

Num longo discurso, o encenador afirmou que "o mercado está a ditar até a própria escrita teatral: procura-se inventar à força novos autores e novos textos para satisfazer o mercado, mas pede-se que, de preferência, sejam breves, exijam poucos cenários e poucos actores, já que o espaço previsto para a novidade não pode ser caro".

Lembrou, neste passo, todo o seu percurso artístico, sempre acompanhado "de camaradas e amigos", e referiu vários nomes que disse serem importantes para a sua carreira, como os cineastas Paulo Rocha, Manoel de Oliveira e João César Monteiro, o maestro João Paulo Santos e os poetas Gastão Cruz e Ruy Cinatti.

Este Prémio, como fez questão de frisar, é partilhado com todos aqueles com quem tem trabalhado, nomadamente o "núcleo fixo pequeno" que é o Teatro da Cornucópia, por ele fundado com Jorge silva Melo, que também lembrou no seu discurso.

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