Ponte pedonal circular aberta ao público

A empresa Bóia
& Irmão vai sair
do Cais, abrindo caminho para a criação de uma nova frente de entrada na cidade

A ponte pedonal circular que une as margens dos canais de São Roque e Botirões, uma obra da responsabilidade do Aveiro Polis, foi ontem aberta ao público. A abertura da estrutura, que custou 497 mil euros, permitirá que "o parque de estacionamento do Canal de São Roque, que só tem sido utilizado em cerca de 20 por cento da sua capacidade, passe agora a ser aproveitado ao máximo", perspectiva Matos Rodrigues, director executivo do Aveiro Polis. A ponte, projectada pelo arquitecto Luís Viegas, assume particularidades do ponto de vista da engenharia, uma vez que se encontra suspensa por cabos e apresenta um desenho circular. A estrutura permite a circulação de pessoas a pé ou de bicicleta, contemplando ainda um acesso por rampas para indivíduos com mobilidade reduzida.
A Câmara de Aveiro acaba de receber o aval da assembleia municipal para celebrar o acordo que visa a saída da firma Bóia & Irmão do Cais do Paraíso, conforme previsto no plano de urbanização (PU) do programa Polis. Este acordo representa um passo em frente para a concretização do objectivo de criar naquela zona "uma nova frente de entrada na cidade" e "uma nova alameda". Para compensar os custos de relocalização da empresa, a autarquia entendeu atribuir à Bóia & Irmão uma área de construção de 3500 metros quadrados, que acrescem aos 5000 metros quadrados de área de construção permitidos nas parcelas pertencentes àquela firma.
As previsões apontam para que "dentro de um ano a ano meio", a área do Cais do Paraíso comece a ser intervencionada, no sentido de aí criar "um conjunto de edifícios de habitação, comércio e serviços" que promete também melhorar o "aspecto da entrada na cidade", destaca Matos Rodrigues, director executivo do Aveiro Polis. Além da retirada das actuais instalações fabris da firma Bóia & Irmão, o plano traçado pela Polis prevê também o desmantelamento da "gare marítima" ali instalada, conforme havia já sido acordado com a Capitania do Porto de Aveiro. "Será dada dignidade àquele canal", afiança Matos Rodrigues, a propósito dos projectos traçados pelo Polis para a intervenção que será suportada por "investidores privados", em conjunto com a autarquia.
A qualificação da zona do Cais do Paraíso e área envolvente promete criar também uma nova entrada na cidade. Segundo recorda Matos Rodrigues, "vai deixar de ser possível entrar em Aveiro pela ligação directa à Ponte-Praça, uma vez que essa zona será pedonalizada". O acesso ao centro da cidade será, assim, "desviado pela rotunda do hospital de Aveiro", revela o director executivo do Polis, sobre a intervenção que permitirá "retirar o aspecto de nó viário que a actual entrada da cidade tem".
O acordo que permitirá avançar para a qualificação desta área de entrada na cidade mereceu, anteontem à noite, luz verde por parte da assembleia municipal, que aprovou o documento por uma larga maioria (35 votos a favor, duas abstenções e dois votos contra). Isto apesar de o "negócio" ter suscitado várias dúvidas a alguns deputados municipais, em especial a António Regala, do PCP, que considerou que o acordo prejudica a autarquia.

Madail medalhado"Temos um mau negócio para o município e um bom negócio para a empresa", frisou o deputado comunista, ao mesmo tempo que apontava o dedo aos preços "extraordinariamente baratos" fixados pela autarquia para os 3500 metros quadrados de área de construção a atribuir à empresa, a título compensatório. António Regala insurgiu-se ainda contra o facto de o acordo não acautelar uma eventual deslocalização da empresa para qualquer outro município. O representante do PCP ainda tentou levar a assembleia a aprovar uma recomendação à câmara para que juntasse ao acordo uma cláusula que obrigaria a Bóia & Irmão em território aveirense por um prazo mínimo de 10 anos, mas a proposta acabou por ser rejeitada.
Arsélio Martins, deputado do Bloco de Esquerda, protagonizou, juntamente com o vogal do PCP, um dos votos contra, por considerar que não viu esclarecidas todas as dúvidas em relação ao acordo.
Entretanto, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gilberto Madail, recebe hoje a Medalha de Prata do Município de Aveiro, atribuída pelo seu desempenho de "importantes cargos públicos desportivos com exemplar isenção e dedicação". A proposta de agraciar Gilberto Madail, no dia do feriado municipal de Aveiro, foi aprovada por unanimidade em reunião camarária, a 8 de Maio. Natural do distrito de Aveiro, Gilberto Madail desempenhou, entre outros, os cargos de deputado, governador civil, membro da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Aveiro, presidente do Beira-Mar e da Associação de Futebol de Aveiro. Madail foi o rosto do Euro 2004, presidindo à comissão de candidatura à organização da prova.

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