Dividendo poderá não ser único motivo para alterar preço da OPA sobre a PT
"O dividendo é só um factor. Outros poderão ser integrados", referiu Paulo Azevedo, no final do Finco, o fórum do grupo dedicado às tecnologias de informação.
O líder da Sonaecom garantiu que não há ainda decisão sobre o assunto - "Acho que ainda há muito tempo..." - e revelou que a carta à SEC (entidade reguladora do mercado de capitais norte-americano), onde se aventava a possibilidade de mexida na contrapartida da OPA, foi enviada há já um mês e por razões de precaução e transparência.
Uma alteração nas condições financeiras da oferta pública terá sempre que ser apreciada e aceite pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), mas Paulo Azevedo mostra-se convicto de que, a haver alteração, ela acabará por passar o crivo pelo regulador, porque decorre de "pressupostos financeiros quantificados que estão no pedido de registo em que o oferente já condiciona".
Paulo Azevedo tem, por outro lado, poucas dúvidas de que a Autoridade da Concorrência, que neste momento está a apreciar as consequências do negócio, se vai decidir por uma investigação aprofundada, dada a complexidade da operação e os efeitos que terá. "A autoridade está a investigar 30 e tal mercados onde a Sonae está presente ou aqueles onde estão a Sonae e a PT, o que é tarefa de grande complexidade." Mesmo os centros comerciais, onde convivem lojas de insígnias de um ou dos dois grupos, estão a ser analisados, para verificar até que ponto a operação trará problemas de concorrência.
A Sonaecom já respondeu, afirmou Paulo Azevedo, a "três baterias de perguntas da Autoridade da Concorrência", que até está a investigar se há em Portugal um mercado de fundos de pensões, dada a relevância que a este nível assume o fundo da Portugal Telecom.