Caso Dantas da Cunha: Vale e Azevedo é hoje julgado por burla e falsificação

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Vale e Azevedo volta mais uma vez ao banco dos réus Manuel de Almeida/Lusa

O ex-presidente do Benfica Vale e Azevedo começa hoje a ser julgado por um crime de burla e oito de falsificação de documentos, no chamado "caso Dantas da Cunha". O advogado representou a família Dantas da Cunha em 1997 e é acusado de falsificar documentos para hipotecar um imóvel na Praça do Areeiro, em Lisboa.

No caso Dantas da Cunha, o despacho de pronúncia do juiz de instrução Avelino Frescata, proferido a 14 de Maio de 2004, indica que o arguido "falsificou vários documentos, designadamente procurações por si minutadas para assim obter, à revelia e sem autorização de Pedro Dantas da Cunha, poderes para hipotecar" um imóvel localizado na Praça Francisco Sá Carneiro (Areeiro/Lisboa).

O Ministério Público considerou que Vale e Azevedo se aproveitou da relação de confiança que possuía junto da família Dantas da Cunha para propor um negócio imobiliário, envolvendo a sociedade SOJIFA, da qual era sócio-gerente, beneficiando em proveito próprio de um empréstimo da CGD no valor de 1,5 milhões de contos.

No processo que começa hoje a ser julgado no Tribunal da Boa Hora, em Lisboa, Dantas da Cunha exige a Vale e Azevedo uma indemnização de 15 milhões de euros, tendo por base os juros do valor em causa.

Inicialmente estava previsto que este caso fosse julgado isoladamente, mas o tribunal decidiu juntar um outro processo em que Vale e Azevedo é acusado de retenção ilícita de 8,6 milhões de euros em impostos do Benfica, pelo que os dois processos estão apensados para julgamento. Neste caso de abuso de confiança fiscal são arguidos Vale e Azevedo e o próprio clube.

O antigo presidente do Benfica já foi julgado e condenado a penas de prisão duas vezes pelo Tribunal da Boa Hora, no âmbito do "caso Ovchinnikov", relacionado com a transferência deste guarda-redes russo para o clube da águia, e do "processo Euroárea", relativo à venda de terrenos da urbanização sul do Benfica, no valor de cinco milhões de euros.

Vale e Azevedo esteve em prisão preventiva quase três anos, entre 7 de Agosto de 2001 e 8 de Julho de 2004.

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