Rui Rio defende TGV entre Porto e Vigo para rentabilizar Aeroporto Sá Carneiro

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Rui Rio exorta as companhias aéreas a repensar o lugar que reservam ao novo Aeroporto do Porto Tiago Petinga/Lusa (arquivo)

O presidente da Junta Metropolitana do Porto (JMP), Rui Rio, defendeu hoje que se o comboio de alta velocidade (TGV) não for construído entre Porto e Vigo "dificilmente o Aeroporto Sá Carneiro poderá ser rentabilizado".

Rui Rio, que falava durante uma visita da nova junta ao Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, considerou a infra-estrutura como "o equipamento mais metropolitano da região, já que serve não só o Porto, mas também todo o noroeste da península, incluindo a Galiza". "Este é um aeroporto totalmente remodelado, que nos enche de orgulho, graças a um investimento de 350 milhões de euros feito nos últimos anos", disse.

No entanto, sublinhou que, como "a infra-estrutura precisa agora de ser dinamizada, através da atracção dos passageiros da Galiza, o que não será possível sem a ligação TGV Porto/Vigo". "É fundamental garantir a ligação por TGV para a Galiza, para que não haja este hiato ferroviário entre o Porto e Vigo", considerou o responsável.

O autarca sublinhou ainda que a linha de TGV entre Lisboa e Porto levará a uma queda abrupta das ligações de avião entre as duas cidades, que constituem o segundo destino mais importante do Aeroporto Sá Carneiro.

Rui Rio exortou as companhias aéreas a "repensar o lugar que reservam ao novo Aeroporto do Porto, de forma que possam usufruir das vantagens que esta nova infra-estrutura lhes oferece". "A TAP e as outras companhias têm que ver que há muitos destinos que justificam ligações directas do Porto, sem passar por Lisboa, já que os aviões saem cheios do Porto, como acontece com os voos para o Brasil", frisou.

A nova aerogare do Porto tem novos átrios de partidas e chegadas, 60 balcões de "check-in" com possibilidade de acréscimo de mais 60, nove portas de embarque servidas por onze pontes telescópicas (mangas) e oito portas para embarque por autocarro.

A área comercial ocupa agora cinco mil metros quadrados, os parques de estacionamento têm capacidade para 2500 automóveis e há um novo circuito de chegadas, bem como um novo sistema automatizado de encaminhamento e separação de bagagens por voo/destino.

As obras de ampliação e modernização do aeroporto do Porto começaram em 2000 para estarem concluídas a tempo do Euro2004, mas o objectivo falhou devido a vários percalços, vindo a concretizar-se apenas em Outubro último.

O aeroporto tem agora 34 lugares de estacionamento para aviões, podendo movimentar seis milhões de passageiros por ano.

O seu plano de desenvolvimento prevê uma nova duplicação de capacidade para 12 milhões de passageiros por ano, com possibilidade de ter 44 aviões por hora das "horas de ponta".

No final de Março, o Aeroporto Sá Carneiro será o primeiro do país servido por metropolitano, quando for inaugurada a Linha Violeta da rede de Metro do Porto.

O presidente da ANA, Guilhermino Rodrigues, referiu que em 2005 este aeroporto movimentou 3,1 milhões de passageiros, quase tanto como os três aeroportos da Galiza juntos.

A meta para este ano é um crescimento mínimo de sete por cento, o que permitirá ultrapassar os 3,5 milhões de passageiros, precisamente o número de pessoas movimentado pelos aeroportos galegos.

No entanto, Guilhermino Rodrigues acredita que será possível o Aeroporto Sá Carneiro crescer a dois dígitos anuais, durante os próximos três anos.

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