Gazprom corta fornecimento de gás natural à Ucrânia
O corte ocorreu às 10h00 locais (07h00 em Lisboa) e foi antecedido, minutos antes, de uma baixa gradual de pressão nos gasodutos.
A Gazprom, com sede em Moscovo, afirma ter diminuído a quantidade de gás no gasoduto em 120 milhões de metros cúbicos por dia, a parte correspondente às vendas à Ucrânia, mas assegurou que o resto prossegue o seu caminho para a Europa.
O grupo ucraniano da área energética já defendeu que os cortes de fornecimento de gás são "inadmissíveis" e uma "ameaça" ao abastecimento da Europa, que também recebe este combustível proveniente da Rússia. Aliás, a Gazprom fornece cerca de metade do gás natural consumido na Europa e cerca de 80 por cento é transportado através da Ucrânia.
O diferendo em relação aos preços do gás surgiu quando a Gazprom decidiu mais do que quadruplicar o preço do gás fornecido à Ucrânia, actualmente facturado a 50 dólares por cada mil metros cúbicos. Os responsáveis ucranianos pretendem uma subida gradual, ao longo de vários anos.
Governo de Kiev cria célula de crise após corte de gás russoO Governo da Ucrânia criou hoje uma célula de crise depois do corte do fornecimento de gás natural ao país, indicou um responsável do Ministério das Situações de Urgência, referindo-se a um organismo interministerial que vai acompanhar a situação.
A mesma fonte precisou que algumas horas depois do início do processo de corte no fornecimento de gás, não tinha sido registado qualquer incidente relacionado com esta situação.
Mais de duas horas depois do anúncio da Gazprom, as autoridades ucranianas não confirmavam a descida da pressão nos gasodutos.
Hoje, o grupo polaco PGNiG anunciou ter registado uma quebra na pressão do gás natural no seu sistema, na sequência do corte de fornecimento russo à Ucrânia.
"Hoje às 11h00 (10h00 de Lisboa) a PGNiG foi informada pela Direcção Nacional do Gás de uma quebra na tensão na conexão na fronteira entre a Polónia e a Ucrânia, em Drozdowicze", disse o grupo em comunicado.
"Isto significa uma baixa nos fornecimentos provenientes da Ucrânia. É uma consequência da decisão do grupo russo Gazprom de limitar as entregas de gás à Ucrânia. Esta restrição respeita 14 por cento do volume global do gás utilizado pela Polónia", acrescenta a PGNiG.