Principais candidatos presidenciais vão gastar dez milhões de euros nas campanhas

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A candidatura de Cavaco Silva foi a que apresentou o maior orçamento: 3,747 milhões de euros Mário Caldeira/Lusa

Os cinco principais candidatos presidenciais prevêem gastar, no total, quase dez milhões de euros nas campanhas eleitorais, de acordo com os respectivos orçamentos entregues no Tribunal Constitucional.

A candidatura do ex-primeiro-ministro Cavaco Silva foi a que apresentou o maior orçamento, que ronda o limite máximo de gastos permitido por lei: dez mil salários mínimos (374,7 euros), ou seja, 3,747 milhões de euros. Dos 3,7 milhões de euros que Cavaco Silva estima gastar, a maior fatia - 1,47 milhões de euros - destina-se a publicidade, seguindo-se as acções de campanha, com 665 mil euros, e o material de propaganda política, com 402 mil euros .

Quanto às receitas, o candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS-PP não apresenta quaisquer contribuições de partidos políticos, mas estima receber mais de dois milhões de euros de donativos de "pessoas singulares".

Cavaco Silva prevê, por outro lado, que terá cerca de 50 por cento dos votos, ganhando à primeira volta, uma vez que coloca como valor da subvenção estatal que lhe será atribuída aproximadamente 1,7 milhões de euros.

A candidatura de Mário Soares, apoiada pelo PS, apresentou o segundo maior orçamento, de mais de 2,9 milhões de euros, contando com 1,5 milhões de euros de "contribuição do partido". Mais de dois milhões de euros serão gastos pela candidatura em publicidade, promoção e propaganda, dos quais um milhão de euros em material de campanha e igual montante em acções de campanha.

Mário Soares calcula obter cerca de 25 por cento dos votos, contando com 899 mil euros de subvenção estatal, ligeiramente menos que o seu adversário Manuel Alegre, que inclui no orçamento uma subvenção de 900 mil euros.

O deputado socialista, que não tem o apoio de qualquer partido, prevê gastar um total de 1,5 milhões de euros. Cerca de um milhão de euros será em publicidade, promoção e propaganda, esperando Manuel Alegre angariar 100 mil euros em "fundos pecuniários" e 200 mil em "donativos em espécie".

A candidatura presidencial do secretário-geral do PCP prevê gastar 1,1 milhões de euros, dos quais mais de metade em material de campanha, seguindo-se a rubrica de "transporte de pessoas", com 125 mil euros. Jerónimo de Sousa conta com 350 mil euros de subvenção estatal, ou seja, prevê alcançar entre cinco e sete por cento dos votos.

O orçamento da candidatura de Francisco Louçã é o menor destes cinco: cerca de 550 mil euros. O candidato apoiado pelo Bloco de Esquerda calcula gastar mais de 400 mil euros em material e acções de campanha e obter uma subvenção estatal de 425 mil euros, o correspondente a oito e nove por cento dos votos.

O candidato repetente e apoiado pelo PCTP/MRPP Garcia Pereira apresentou um orçamento de 22 mil euros, inferior ao de Manuela Magno que estima gastar 3 07 mil euros. Carmelinda Pereira calcula ter uma despesa de dois euros com a campanha presidencial, enquanto Luís Filipe Guerra prevê gastar cinco mil euros.

Os candidatos Diamantino Maurício da Silva, Josué Gonçalves Pedro, Maria Teresa Lameiro, Luís Botelho Ribeiro não apresentaram os respectivos orçamentos de campanha.

O Tribunal Constitucional terá ainda de verificar a validade das 13 candidaturas que foram formalizadas até sexta-feira passada, último dia do prazo.

A subvenção estatal a dividir por todos os candidatos que obtenham pelo menos cinco por cento dos votos é de 3,747 milhões de euros, valor correspondente a dez mil salários mínimos.

O artigo 18º da Lei do Financiamento dos Partidos Políticos e das Campanhas Eleitorais determina que 20 por cento desse valor - cerca de 750 mil euros - são distribuídos igualmente por todos os candidatos e os restantes 80 por cento - perto de três milhões de euros - na proporção dos resultados eleitorais obtidos por cada um.

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