Centro de Reflexão Cristã faz 30 anos

Guilherme d"Oliveira Martins fala sobre a presença do CRC no Portugal democrático

O Centro de Reflexão Cristã (CRC), de Lisboa, assinala hoje 30 anos sobre a sua criação, em Novembro de 1975. Um colóquio que se realiza no Mosteiro das Monjas Dominicanas (à Av. Rainha D. Amélia), a partir das 11h00, irá debater o contributo desta associação para o Portugal democrático. É esse o tema da intervenção do actual presidente do CRC (e também do Tribunal de Contas), Guilherme d"Oliveira Martins, e do ex-deputado do PS José Leitão. À tarde, um painel com vários testemunhos tratará o tema Que sentido de ser cristão hoje.
Nascido das vontades de membros de várias confissões religiosas (leigos e padres católicos, mas também protestantes) - 79 fundadores, ao todo -, o CRC propunha-se estudar a "teologia para o crescimento da fé cristã, ao serviço da evangelização e da libertação do povo português".
Na História Religiosa de Portugal (ed. Círculo de Leitores), o historiador Paulo Fontes cita um texto de apresentação do dominicano frei Bento Domingues: "Unia-os o facto de serem pessoas que reconhecem não apenas de forma genérica a importância da teologia na vida da Igreja, mas que sentem a necessidade de a praticar para se tornarem cristãos lúcidos e membros activos da Igreja."
Na passagem dos 30 anos, o CRC editou um número duplo da sua publicação, a revista Reflexão Cristã, onde se incluem artigos sobre a presença cristã nas cidades e no espaço público, sobre a exclusão social e sobre o consumismo e a solidariedade. Um outro artigo evoca a figura do teólogo dominicano Yves Congar, um dos peritos mais importantes do Concílio Vaticano II (cujo 40º aniversário sobre o encerramento se assinala no próximo dia 8).
"A seriedade e perseverança do projecto" verifica-se através da publicação da revista, assinala Paulo Fontes no texto citado. Mas o CRC destacou-se também pela edição de várias obras temáticas (sobre temas como as mulheres na Igreja ou aspectos da história do catolicismo em Portugal) e dos Cadernos de Estudos Africanos, que "constituem fontes imprescindíveis" para o estudo do debate cristão em Portugal durante estes anos.

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