Aveiro Polis avança com a obra da ponte pedonal circular

A travessia que vai ligar os canais de S. Roque e dos Botirões promete distinguir-se entre as demais. Terá forma circular e ficará suspensa por um mastro

A sociedade Aveiro Polis adjudicou, anteontem, a construção da ponte pedonal circular que ligará os canais de São Roque e dos Botirões, perspectivando avançar com a obra entre os dias 24 ou 25. A estrutura tem um custo de 497 mil euros e revela alguma singularidade entre as restantes travessias existentes sob os canais da ria. É que a ponte projectada por Luís Viegas e Domingos Moreira ficará suspensa por um mastro, terá pavimento em madeira e guarda de protecção periférica em vidro laminado. "É quase uma obra de relojoaria", revela Matos Rodrigues, director executivo do Aveiro Polis. Para a sociedade que gere o Aveiro Polis, a nova ponte pedonal circular será, certamente, "uma das obras que deixarão mais marcas na cidade". Não só pelo ponto de vista arquitectónico, mas também pela mais-valia que ela irá representar em termos de mobilidade. "Esta ponte fará a ligação da Baixa da cidade ao Parque de São Roque, que, além de ser um espaço de lazer, tem também um parque de estacionamento, com capacidade para 320 lugares", refere Matos Rodrigues, ao mesmo tempo que perspectiva que, "com esta nova travessia, as pessoas irão começar a utilizar ainda mais o parque de estacionamento". A experiência recolhida nos primeiros meses de existência do parque virado para o canal de S. Roque revela que, "ao contrário do espaço de lazer, que tem sido muito utilizado, o parque de estacionamento não tem sido totalmente aproveitado", frisa o director do Aveiro Polis. O cenário deverá alterar-se "a partir da construção desta nova ponte", prevê.
A estrutura, que começará a ser construída a partir do dia 24 ou 25, denuncia "alguma complexidade", visto que "vai ser feita, quase toda ela, em estaleiro", declara Matos Rodrigues. "Além de ser circular, a estrutura será também ondulada, de forma a deixar passar os barcos", especifica ainda o director do Aveiro Polis, a propósito de uma intervenção que pretende que seja feita com "ponderação". Ou seja, a sociedade aveirense já manifestou abertura para alargar o prazo de execução proposto de 90 dias. "Podemos perspectivar para que esteja pronta entre os 90 e 120 dias", acrescenta aquele responsável.

Ponte das Pirâmidestambém pode avançar
Enquanto se prepara para avançar com a edificação da ponte circular, a sociedade Aveiro Polis está também a estudar a possibilidade de financiar a construção de uma nova ponte pedonal sobre o canal das Pirâmides. "Esta obra está prevista no Plano de Urbanização do Polis, mas não era para ser construída pela sociedade. Contudo, estamos agora a estudar a capacidade de ela ser financiada pelo Polis", adianta o director executivo da sociedade aveirense. A hipótese deverá ser avaliada em reunião do conselho de administração agendada para o final do mês.
Uma das questões preponderantes a ter em conta nesta decisão prende-se com o orçamento da obra, que, segundo Matos Rodrigues, "está ainda em fase de estudo". "Primeiro, precisamos de saber quanto custa, para decidirmos se financiamos ou não a obra", explica.
A sociedade Aveiro Polis considera esta travessia de extrema importância para a circulação pedonal no centro da cidade, tendo em conta que, "neste canal, a única ligação que existe é a da Ponte-Praça". A estrutura projectada no Plano de Urbanização do Polis nascerá entre a rotunda do Marnoto e a zona das antigas instalações da Empresa de Pesca de Aveiro (imóvel que se encontra abandonado à entrada da cidade), e ligará ao jardim do Rossio.

Optimismo quanto à zona da antiga LotaA pouco mais de um ano de acabar a vigência da Aveiro Polis, resta ainda fazer "o essencial", como reconhece o próprio director executivo da sociedade. "O Aveiro Polis começou por causa da zona da antiga Lota, mas ainda não nos foi possível iniciar a intervenção naquele local por questões burocráticas e judiciais", lembra Matos Rodrigues. Mas pode estar para breve a resolução do impasse que tem a ver com a "transferência de propriedade do local", da Administração do Porto de Aveiro (APA) para a Aveiro Polis. "Até ao final deste mês, devemos chegar a um acordo", estima.
Assim que se confirme a transferência de propriedade, a Aveiro Polis irá "consolidar aquela plataforma através de um conjunto de obras hidráulicas (nomeadamente a recuperação dos muros), a construção de um percurso pedonal à volta da plataforma e de um jardim", revela Matos Rodrigues. Juntamente com este investimento de requalificação deverão também ser iniciados os projectos privados previstos para aquele local, entre os quais se destacam duas zonas de comércio, serviços e habitação e uma unidade hoteleira.
Tendo em conta os dados acumulados até ao segundo trimestre deste ano, a Aveiro Polis tem uma execução financeira de 36 por cento. Na mesma altura, e segundo dados adiantados pela sociedade, "dispunha ainda de mais 18 meses para concluir a sua execução física e financeira". Contas feitas, "a Sociedade Aveiro Polis tem uma realização física de 39 pontos percentuais e uma realização financeira de 36 por cento", garantem aqueles responsáveis.

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