na rua contra demolições na Azinhaga dos Besouros

Moradores pedem que a Câmara da Amadora estude soluções

A comissão de moradores do Bairro da Azinhaga dos Besouros e a Associação Solidariedade Imigrante promoveram ontem à tarde uma manifestação à porta da Câmara da Amadora (CMA), contra a demolição de fogos naquele bairro degradado e o não realojamento das famílias não recenseadas no Plano Especial de Realojamento (PER).Dezenas de pessoas empunhando cartazes e gritando palavras de ordem protestaram contra o facto de estarem na iminência de ficarem sem um tecto, alegando não terem soluções de habitação.
Rita Silva, da Solidariedade Imigrante, explicou ao PÚBLICO que cerca de 60 famílias não recenseados no PER estão a ver as casas a ser demolidas, sem que a autarquia estabeleça qualquer diálogo.
Actrescentou que na Azinhaga dos Besouros já há pessoas a dormir na rua ou que procuraram abrigo em casa de familiares e amigos.
"Os moradores inscritos no PER até 1993 já foram realojados no Casal da Mira e no Casal da Boba, mas estas famílias, que chegaram depois daquela data, na maioria africanas de fracos recursos e com crianças e idosos, estão sem soluções", afirma Rita Silva.
Segundo ela, estas pessoas não pedem casas gratuitas ou prioridade sobre famílias mais carentes, mas querem que a câmara estude uma solução de realojamento, parando, até que isso aconteça, as demolições.
Carla Tavares, vereadora da Habitação da CMA, explicou que as 60 famílias não inscritas no PER não serão realojadas pela autarquia.
"Estamos a tentar, através do Gabinete de Acção Social, que sejam abrangidas pelo atendimento integrado, para que em colaboração com as juntas de freguesia e a Segurança Social, os casos sejam estudados um a um e se encontrem soluções", afirma.
No entanto, "a receptividade destas famílias a este plano tem sido prejudicada pelo facto de estarem a ser manipuladas por certas forças políticas", disse. "Não podemos analisar os processos e encontrar respostas, como o recurso ao arrendamento, a reunião familiar ou mesmo a hipótese de aluguer de quartos, se as pessoas não nos querem ouvir", conclui.

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