Aurélio Guedes da Silva, de 51 anos, comandante da PSP de Lamego há cerca de cinco anos, apareceu ontem morto no quarto daquela esquadra. Tudo indica que se tenha tratado de suicídio, mas a Polícia Judiciária ainda está a investigar o sucedido.Fontes contactadas pelo PÚBLICO garantem que o oficial da PSP andaria a ser pressionado, nos últimos tempos, com cartas anónimas, podendo tal situação estar relacionada com a sua morte.
Guedes da Silva era genericamente reconhecido como um bom polícia, embora muito rigoroso. Durante muitos anos, esteve no Corpo de Intervenção da PSP de Lisboa, sendo tido também como alguém psicologicamente forte. A sua morte surpreendeu os colegas mais próximos.
Guedes da Silva estava também a pouco mais de um mês para ser promovido a subintendente e próximo da idade da reforma.
Numa nota difundida à comunicação social, a direcção nacional da PSP confirmou a morte do oficial, garantindo "não haver indícios de crime". Mesmo assim, adiantou ter sido chamada a Polícia Judiciária de Vila Real e o transporte do corpo ter sido feito para a morgue local. Refira-se, ainda, que o disparo terá atingido o polícia na cabeça.
Tudo indica também que não haverá qualquer testemunha do sucedido. O corpo do oficial foi encontrado pelas 14h00, por outros elementos da PSP.

Cabo da GNRameaça comandante
Nos últimos dias tem havido vários incidentes violentos envolvendo elementos das forças policiais. Esta semana, na parada da direcção nacional da PSP, um agente fez vários disparos para o ar, durante a formatura, criando algum alvoroço. Ao que tudo indica, o polícia estaria transtornado por lhe ter sido recusada uma audiência com um superior hierárquico.
Entretanto, anteontem, em Vila Verde, Braga, um cabo da GNR também ameaçou um sargento-ajudante, com uma arma de fogo. O incidente resultou ainda em agressões mútuas, tendo o cabo sido detido pelo seu superior hierárquico e presente ontem ao juiz.
O motivo do incidente esteve relacionado com a alteração da escala de serviço, situação que não terá sido do agrado do cabo. Terá ido pedir então explicações ao sargento-ajudante, acabando a situação por criar grande confusão no posto policial. T.L./C.P.