Maoistas anunciam cessar-fogo de três meses no Nepal
Nos últimos meses, os guerrilheiros nepaleses têm vindo a tentar conquistar a simpatia de outros partidos que também se opõem ao rei Gyanendra. O monarca assumiu plenos poderes em Fevereiro, dizendo que os políticos não são capazes de acabar com nove anos de rebelião.
Prachanda afirmou que as suas forças permanecerão em "defesa activa", só atacando se forem atacadas. Avisou, contudo, que se o Exército aumentar a actividade bélica ou alargar os quartéis quebrará o cessar-fogo e irá para uma ofensiva de nível superior à que existia. O presidente dos comunistas revolucionários do Nepal declarou esperar que a sua decisão ajude todas as forças políticas nacionais e as Nações Unidas a encontrarem uma solução para os problemas do país.
Cerca de 12.000 pessoas já morreram desde que os maoistas nepaleses, que são agora perto de 15.000, iniciaram a luta armada para substituir a monarquia por uma república popular. O seu último cessar-fogo foi declarado há dois anos e durou oito meses. Actualmente, a guerrilha é uma força activa em todo o reino, do qual controla algumas parcelas.
Uma aliança de sete partidos da oposição tradicional ao poder absoluto do rei tem vindo a dizer que os maoistas devem renunciar à violência antes de se integrarem no processo político. Mas nos últimos meses surgiram indícios de uma aproximação entre as duas partes, para um eventual combate comum a Gyanendra.