Torne-se perito

Estudo conclui que portugueses sorriem cada vez menos nas fotografias dos jornais

Psicólogo português analisou mais de 100 mil fotografias de todos os jornais diários
e apresentará conclusões em Setembro

Os portugueses aparecem cada vez menos a sorrir nas fotografias dos jornais diários, o que poderá reflectir a situação que o país atravessa, revela um estudo inédito a nível mundial a ser apresentado em Setembro. Denominado "A Expressividade do Sorriso - Estudo de caso em jornais portugueses", este trabalho da autoria do psicólogo e professor Armindo Freitas-Magalhães teve início em Dezembro de 2003 e deverá estar concluído no final deste ano. Contudo, o especialista afirma que a partir das mais de 100 mil fotografias analisadas em todos os jornais diários foi possível retirar já alguns indicadores importantes, que serão apresentados na 11ª Conferência Europeia da Expressão Facial, que se realiza em Inglaterra de 13 a 16 de Setembro."A principal conclusão é que entre 2003 e 2005 tem vindo a diminuir a exibição do sorriso nas fotografias dos jornais, o que poderá ter a ver com a situação que o país atravessa e consequente estado de espírito dos portugueses", afirmou em declarações à Agência Lusa.
Com o estudo pretendia-se também identificar o tipo de sorriso que mais aparecia nas fotografias, através de uma escala de sorrisos - o largo, o superior e o fechado - e a face neutra. O sorriso largo, quando os lábios deixam ver os dentes, é o que exerce mais influência na percepção psicológica da pessoa. O sorriso superior é aquele em que apenas se mostram os dentes de cima e o sorriso fechado é o que esconde os dentes e que, segundo o psicólogo, é considerado o "sorriso de sedução", por transmitir mais afectividade. A face neutra, ou sem sorriso, é a que menos permite inferir sobre a afectividade da pessoa.
Freitas-Magalhães afirmou que nas fotografias publicadas os sorrisos que mais aparecem são o fechado e o superior e algumas vezes também a face neutra. Em determinadas fotografias aparecem os "sorrisos falsos", aqueles que são forçados quando o protagonista percebe que vai ser fotografado.
Nestes dois anos, as mais fotografadas foram pessoas entre os 35 e os 50 anos, que exibiam quase sempre o sorriso fechado e superior. Os mais idosos foram os menos fotografados e os menos sorridentes.
O estudo aponta ainda uma diferença significativa entre os géneros: neste panorama de poucos sorrisos confirma-se mais uma vez que apesar de tudo "as mulheres sorriem mais do que os homens". Lusa

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