Austrália vai receber primeira reunião do novo acordo climático

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Robert Zoellick sublinhou que o acordo não é competição directa com o protocolo de Quioto How Hwee Young/EPA

Segundo o jornal online "The Australian", as linhas gerais da iniciativa Asia Pacific Partnership on Clean Development and Climate foram apresentadas hoje, oficialmente, no fórum regional da ASEAN (Association of South East Asian Nations), a decorrer no Laos, pelo vice-secretário de Estado norte-americano, Robert Zoellick. Este responsável sublinhou que o acordo não é competição directa com o protocolo de Quioto.

"O nosso objectivo é complementar outros tratados com soluções práticas para os problemas", disse, citado pelo "Financial Times". O acordo, dizem, vai complementar o Protocolo de Quioto, de 1997, e que entrou em vigor em Fevereiro deste ano.

As seis nações envolvidas – Estados Unidos, Japão, Austrália, China, Índia e Coreia do Sul – dizem que o acordo vai "procurar abordar as questões da energia, alterações climáticas e poluição atmosférica no âmbito de um paradigma de desenvolvimento económico". Os participantes salientam que as alterações climáticas apenas devem ser enfrentadas se isso não implicar prejuízos para o desenvolvimento e crescimento económico.

Segundo Jim Connaughton, do Conselho para a Qualidade Ambiental, da Casa Branca, o objectivo é o desenvolvimento de "esforços práticos para criar novas oportunidades de investimento e remover barreiras para ajudar cada país a cumprir as estratégias nacionais e solucionar as alterações climáticas, a longo-prazo".

Uma das tecnologias que o grupo pretende desenvolver é a captura comercial de carbono e o seu armazenamento.

Os seis países que fazem parte do acordo – ainda aberto a outras nações – são responsáveis por 45 por cento da população mundial, 48 por cento das emissões de gases com efeito de estufa e 48 por cento do consumo energético.

Este acordo é voluntário – são os países que definem as suas metas de redução, sem mecanismos de implementação - e abrange a China e a Índia. O facto de os países em desenvolvimento terem ficado de fora do Protocolo de Quioto foi uma das justificações para a recusa dos Estados Unidos em ratificar o tratado.

Citado pela BBC, o primeiro-ministro australiano, John Howard, considera que esta proposta é mais justa e eficaz do que Quioto.

Para a organização WWF (World Wide Fund for Nature), "um acordo sobre alterações climáticas que não limita a poluição é o mesmo que um acordo de paz que permite armas de fogo".

Catherine Pearce, da organização Amigos da Terra, tanbém critica o acordo. "Um plano tecnológico, suportado por medidas voluntaristas para reduzir as emissões, não vai resolver a questão das alterações climáticas. Esta é outra das tentativas dos Estados Unidos e da Austrália para desprezar os esforços de 140 países que assinaram o Protocolo de Quioto".

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