Sida: cientistas apelam à rápida aplicação dos avanços da investigação

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O continente africano concentra dois terços dos 40 milhões de pessoas contaminadas com o vírus da sida EPA

Os investigadores, vindos de 125 países, estão reunidos desde ontem no Rio de Janeiro para analisar os progressos científicos na luta contra a doença.

A conferência “é uma oportunidade para analisar as descobertas realizadas até ao momento” no controlo da doença, salientou Helene Gayle, presidente da AIS e directora de um programa especial da Fundação Bill Gates.

Mas “os conhecimentos científicos não serão suficientes para acabar com a epidemia. É preciso mais audácia no plano político para traduzir a ciência em políticas públicas”, acrescentou Gayle, na sessão de abertura.

O continente africano concentra dois terços dos 40 milhões de pessoas contaminadas com o vírus da sida e a maioria delas não tem acesso a novos medicamentos.

“Apesar dos importantes progressos realizados nos últimos anos, ainda não conseguimos garantir que os benefícios da ciência, especialmente os novos tratamentos e as acções preventivas, cheguem às zonas mais pobres do mundo”, lamentou Stephen Lewis, responsável das Nações Unidas em África.

Os trabalhos sobre a extensão do acesso às terapias anti-retrovirais, o desenvolvimento de vacinas, as novas tecnologias de prevenção e os cuidados junto de crianças serão temas presentes no congresso, que termina na quarta-feira.

O Brasil foi escolhido para organizar este congresso devido à sua política de saúde pública pioneira: acesso gratuito aos cuidados de saúde para os doentes com sida e fortes campanhas de prevenção que incluem a distribuição de preservativos. Este país lançou-se na produção de medicamentos genéricos desde o início dos anos 90 e pretende tornar-se autosuficiente na produção de medicamentos anti-sida.

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