Dezenas de pessoas detidas após atentados em Sharm el-Sheikh (actualização)

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Segundo o último balanço, 88 pessoas perderam a vida nos atentados de ontem Adam Butler/EPA

Segundo fontes citadas pela AFP, as detenções em massa começaram ao início da tarde e prolongaram-se durante várias horas, tanto no Norte da península do Sinai, como na região Sul, onde se situa a estância.

Entre as pessoas detidas figuram várias pessoas libertadas recentemente, após vários meses na prisão, por suspeita de envolvimento nos atentados que em Outubro do ano passado provocaram 43 mortos em Taba, outra estância balnear da região. Três pessoas começaram a ser julgadas no início deste mês por envolvimento nos atentados, devendo o processo estar concluído nos próximos dias.

Ao final da tarde, o ministro do Interior egípcio, Habib al-Adly, afirmou que existem vários indícios de que os dois atentados podem “estar ligados”, o que terá levado as autoridades a repetir muitas das detenções efectuadas em Outubro.

De acordo com as organizações de defesa dos direitos humanos, a polícia egípcia deteve milhares de beduínos, tanto homens como mulheres, na sequência dos atentados do ano passado, centenas dos quais continuam na prisão sem culpa formada. Nesse sentido, as organizações temem que as autoridades repitam a onda de detenções, apesar de não ter ficado provada a ligação das populações nómadas aos integristas.

Os atentados da noite passada provocaram, segundo o último balanço, 88 mortos e cerca de uma centena de feridos. Entre as vítimas mortais já identificadas contam-se pelo menos nove turistas estrangeiros, mas a maioria dos mortos serão de nacionalidade egípcia.

O hotel Ghazala Gardens, da cadeia Marriot, foi um dos locais atingidos pelas três explosões registadas na última madrugada e terá sido aqui que se registaram maior número de vítimas. Um bombista-suicida forçou a entrada do hotel com um carro armadilhado que viria a explodir junto à recepção, matando perto de 60 pessoas, na sua maioria empregados da unidade hoteleira. Uma segunda bomba explodiu num parque de estacionamento nas imediações e a terceira visou um bazar na cidade, muito frequentado por turistas.

A acção de ontem foi reivindicada por um grupo que se auto-denomina “Al-Qaeda dos Países do Levante e no Egipto”, o que dá a entender que células ligadas à rede de Osama bin Laden possam estar por detrás da acção.

O medo provocado por este atentado – o mais sangrento ocorrido no Egipto nos últimos anos – levou já vários países, como é o caso da Suécia, a aconselharem os seus cidadãos a não viajarem para a península do Sinai, ao mesmo tempo que várias agências de viagem cancelaram os voos programados para hoje com destino à estância turística. Várias agências de viagens do Reino Unido, que tinha em Sharm el-Sheikh cerca de nove mil cidadãos, estão a organizar voos para repatriar nos próximos dias os turistas que assim desejem.

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) revelou que as suas associadas contabilizaram 112 portugueses a passar férias naquela estância, nenhum dos quais se encontrava nos locais atingidos.

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