Cavaco diz que mudança de ministro das Finanças não é boa para o país

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Campos e Cunha demitiu-se quarta-feira de ministro de Estado e das Finanças alegando motivos pessoais, familiares e cansaço João Relvas/Lusa (arquivo)

"Parece-me que a economia portuguesa talvez não beneficie da saída dele. Sentia-me mais seguro, tal como foi referido pelos mais variados economistas, se ele continuasse na pasta das Finanças", disse Cavaco Silva aos jornalistas em Ponte de Lima, onde se deslocou para assistir a um festival de ópera.

"Penso que não é bom para o país", acrescentou.

O antigo primeiro-ministro português considerou Campos e Cunha "uma pessoa muito competente e muito rigorosa" e que tinha "o apoio generalizado dos economistas portugueses e da Comissão Europeia".

O ex-líder do PSD confessou não conhecer muito bem o novo ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, e admitiu que se poderão levantar dúvidas se haverá ou não mudança de orientação da política do Governo.

"Fiquei satisfeito por ontem o primeiro-ministro dizer que não há alteração", reconheceu.

Cavaco Silva lembrou ainda que a demissão de Campos e Cunha ocorreu no mesmo dia em que a Comissão Europeia concedeu um prazo de três anos para que Portugal equilibre as suas contas públicas e manifestou dúvidas quanto às implicações que a mudança de ministro poderá ter ao nível internacional.

"Não sei que implicações pode ter", disse.

"É sempre motivo de especulação quando um ministro das Finanças, ao fim de pouco mais de três meses, sai da pasta, mas o primeiro-ministro é que tem que julgar estas circunstâncias", acrescentou.

Luís Campos e Cunha demitiu-se quarta-feira de ministro de Estado e das Finanças alegando motivos pessoais, familiares e cansaço, tendo sido substituído por Fernando Teixeira dos Santos.