"Já detectámos 85 pacientes em que implantámos os modelos agora postos em causa pela Guidant.Vamos chamá-los para reavaliar a sua condição", disse à agência Lusa o cirurgião.

De acordo com José Roquette, a sucursal portuguesa da Guidant já contactou o hospital e prontificou-se a substituir os aparelhos dos pacientes em causa. O cirurgião salienta que até hoje ainda não recebeu nenhuma queixa.

Os aparelhos da Guidant foram vendidos um pouco por todo o mundo, sendo que nenhum foi comercializado ou colocado nos últimos quatro anos, segundo informações prestadas ontem nos Estados Unidos da América pela empresa e divulgadas pela agência AP.

De acordo com a empresa norte-americana, os equipamentos defeituosos (Pulsar Max, Pulsar, Discovery, Meridian, Pulsar Max II, Discovery II, Virtus Plus II, Intelis II e Contak TR) vão ser trocados gratuitamente, mesmo que muitos deles estejam já fora do prazo de garantia.

A Guidant também vai reembolsar os seus clientes em cerca 2089 euros para cobrir despesas médicas.

Contactado pela Lusa, o responsável da Guidant Portugal, João Rocha, remeteu todos os esclarecimentos para a sede da empresa, nomeadamente sobre a quantidade de aparelhos dos modelos referidos vendidos em Portugal.

Em Junho, a empresa norte-americana - que está a ser adquirida pelo gigante Johnson & Johnson - foi obrigada a retirar do mercado mais de cem mil desfibrilhadores portáteis.

O defeito foi detectado em 69 aparelhos, que se tornaram incapazes de regular o ritmo cardíaco dos doentes, levando à morte de um deles.