Mais de 200 cientistas estrangeiros foram impedidos de estudar no Reino Unido
De acordo com documentos citados pelo "The Guardian" - obtidos antes dos atentados de Londres, no dia 7 deste mês - as autoridades recomendaram a recusa de admissão de 238 cientistas entre 2001 e Maio de 2005.
Os cientistas em causa estavam entre as duas mil pessoas que viram recusadas as suas candidaturas a universidades britânicas para fazerem pós-graduações ou doutoramentos nas áreas de química, microbiologia e biotecnologia.
Desde 1994, as universidades britânicas podem recusar candidaturas de investigadores estrangeiros, mas muitos académicos consideram que este regulamento contraria a liberdade académica. Para além de poderem recusar as candidaturas, as universidades ficam responsáveis pela investigação dos suspeitos.
David Allen, responsável pela Association of University Administrators - entidade que coordena o regulamento -, considera que não deveriam ser os académicos a ter a responsabilidade de realizar este tipo de investigações aos potenciais estudantes mas sim o próprio Governo. "A forma como este esquema está implementado varia muito de instituição para instituição. É uma forma pouco satisfatória de trabalhar com algo tão importante como a segurança nacional", disse Allen.
O estudo recente "Quão seguras são as universidades britânicas?", que durou nove meses, indica que nos últimos doze anos 14 pessoas envolvidas em actos terroristas estiveram associadas a universidades britânicas.