Média negativa na prova de Matemática desce pelo terceiro ano consecutivo
O mau desempenho dos alunos a esta disciplina volta a remeter a Matemática para o último lugar das classificações das 21 provas mais concorridas.
Mas as notas não são apenas más. São as piores dos últimos quatro anos. Comparando os dados divulgados ontem pelo Júri Nacional de Exames (JNE) com os dos anos anteriores, chega-se à conclusão de que a média tem vindo a baixar desde 2002. Os alunos internos obtiveram então uma classificação de 9,5 valores, que não parou de descer.
Contas feitas - o exame nacional vale 30 por cento para o cálculo da nota final da disciplina -, a Matemática acaba por ser a que apresenta a maior taxa de reprovações no 12.º ano. Praticamente um em cada três reprova e fica com a disciplina por concluir.
Diferenças entre nota do exame e classificações internasA taxa de chumbos só não é maior porque os alunos acabam por se sair francamente melhor na avaliação que os seus professores fazem no final do ano lectivo. As discrepâncias entre a classificação do exame e a chamada "classificação interna de frequência" acontecem em todas as disciplinas, mas são particularmente flagrantes a Matemática. Na avaliação externa a média é de 8,1 valores. Na classificação interna os alunos conseguem 13.
Mas tirando a evolução negativa a Matemática - previsível se se tiver em conta, por exemplo, os resultados dos alunos do 9.º ano divulgados no início da semana e em que as negativas superavam os 70 por cento -, o balanço desta 1ª fase acaba por ser positivo.
Na lista dos 21 exames mais concorridos, contando com alunos internos e externos, apenas dois apresentam médias abaixo dos 9,5 valores (Matemática e Geologia), quando em 2004 eram seis.
Para 2005/2006, qualquer aluno que queira concorrer ao ensino superior terá de ter no mínimo esta classificação nos exames que servem como provas de ingresso.
Subida na maioria das disciplinasOutro dado positivo traduz-se no facto de a grande maioria das notas das disciplinas ter subido de 2004 para 2005. À excepção de Teoria do Design (menos 1 valor), Matemática (menos 0,6 valores) e Geologia (menos 0,5 valores), nas restantes 18 cadeiras registou-se uma subida. Alemão, História e Química tiveram as melhorias mais consideráveis. A situação da Física também é de destacar, já que costuma rivalizar com a Matemática no último lugar da tabela de classificações. Desta vez a média sobe um valor e os alunos ficam a uma décima do 10. A nota mais alta de todas foi conseguida mais uma vez a Teoria do Design. Ainda assim, não foi além dos 12,6.
No caso das duas provas de Português (A e B), o Júri Nacional de Exames assinala que as "médias das classificações de exame mantêm-se consistentes com as dos anos anteriores, sempre claramente superiores a 10 valores".
Outra constante evidenciada pelos relatórios dos anos anteriores é a diferença considerável entre a prestação dos alunos internos e externos, em favor dos primeiros. No grupo dos externos incluem-se desde estudantes que anularam a matrícula durante o ano lectivo a pessoas que estão a repetir cadeiras.
Ao todo, nesta 1º fase dos exames nacionais, realizaram -se quase 335 mil provas, correspondentes a 80 por cento das inscrições. O número é praticamente igual ao do ano passado. A disciplina de Filosofia foi a que teve um maior número de faltas à 1.ª fase (34 por cento), logo seguida por Geologia e Química, "pelo que se prevê uma maior afluência à 2.ª fase dos exames nacionais".
Os resultados foram afixados ontem nas escolas de todo o país e as inscrições para esta 2.ª fase terminam na próxima segunda-feira. A partir do dia seguinte inicia-se mais uma semana dos exames nacionais. Quem já tiver concluído o ensino secundário e estiver satisfeito com as notas que obteve pode candidatar-se à 1ª fase do concurso nacional do acesso ao ensino superior também a partir da próxima segunda-feira. Para 2005/2006, universidades e politécnicos públicos abrem 47 mil vagas.