Ministra da Cultura admite viabilizar Ballet Gulbenkian com fundação e câmara
Comentando o anúncio de ontem do presidente da Câmara de Lisboa, de que vai propor conversações com o conselho de administração da Fundação Calouste Gulbenkian para encontrar uma solução que preserve o legado do Ballet, Isabel Pires de Lima adiantou que irá aguardar por contactos, desde que envolvam a fundação.
"Aguardo que a Câmara Municipal de Lisboa, em articulação com a Fundação Calouste Gulbenkian, contacte o ministério, se assim o entender, no sentido de se estudar alguma solução", prometeu a ministra.
"Estou a saber dessa iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa pela imprensa, que não é propriamente o meio mais normal", afirmou Isabel Pires de Lima, à margem da cerimónia de colocação da primeira pedra do Centro de Interpretação de Aljubarrota, em Porto de Mós.
Afirmando que "o ministério está aberto a ouvir as propostas que, porventura, a Câmara de Lisboa em articulação com a fundação, tenha a fazer", a ministra salientou, no entanto, que qualquer solução para o problema "não pode ser uma decisão precipitada".
A fundação anunciou em comunicado, no passado dia 5 de Julho, a decisão do conselho de administração de extinguir o ballet, no âmbito de uma reestruturação e face ao novo enquadramento da dança em Portugal.
Quarta-feira, Rui Vilar, presidente do conselho de administração, afirmou aos jornalistas que esta decisão foi "unânime" e era "irreversível". Neste mesmo dia, ao final da tarde, um grupo de cidadãos protestou contra esta decisão nos jardins da sede da fundação, em Lisboa.
Ontem, numa nota do seu gabinete, Pedro Santana Lopes afirmou que "os poderes públicos não podem assistir com indiferença ao desaparecimento de todo um património de excelência que deve ser preservado, incentivado e devidamente enquadrado".
Declarando "respeitar" a decisão da fundação de extinguir o Ballet Gulbenkian, o autarca anunciou querer encetar conversações "no sentido de tentar encontrar uma solução".
O comunicado adianta que nos últimos dias Santana Lopes "desenvolveu vários contactos exploratórios para estudar a viabilidade desta decisão nos planos artístico, financeiro e organizacional, estando agora disponível para conversações" com o conselho de administração da Fundação Gulbenkian.