Srebrenica: Washington renova o apelo à detenção de Karadzic e Mladic
“A morte de cerca de oito mil homens e crianças foi o pior massacre de civis na Europa depois da Segunda Guerra Mundial”, declarou hoje o Presidente norte-americano George W. Bush. “Isso lembra-nos de forma sinistra que existem pessoas demoníacas prontas a matar inocentes sem consciência nem piedade”.
Radovan Karadzic e Ratko Mladic, culpados de genocídio pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, nunca chegaram a ser detidos.
“Esperamos que o Governo sérvio e os outros governos da região façam tudo o que estiver ao seu alcance para que (Karadzic e Mladic) sejam apresentados à justiça e para que paguem pelos crimes que cometeram”, disse Tom Casey, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.
Em Junho, os Estados Unidos saudaram os esforços do Governo sérvio para deter os suspeitos dos crimes de guerra, mas agora Casey lembrou que são precisas medidas e não apenas intenções.
Um milhar de pessoas reuniu-se hoje junto ao Parlamento holandês de Haia para comemorar o genocídio de Srebrenica. Um grupo coral bósnio entoou hinos em memória das vítimas e 610 balões foram libertados, simbolizando os 610 corpos de homens de Srebrenica que foram identificados.
Jack Straw, ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, falou hoje em Srebrenica “da vergonha da comunidade internacional” por não ter sido capaz de impedir, há dez anos, o massacre. “Lamento-o de todo o meu coração. Estou verdadeiramente desolado”, acrescentou.
Straw leu ainda uma mensagem do primeiro-ministro britânico Tony Blair. “Nunca vamos esquecer o vosso terrível sofrimento. Expressamos a nossa solidariedade para convosco, da mesma forma que vocês o fizeram depois dos atentados de Londres, na quinta-feira passada”. Para Blair, os autores dos atentados “procuram semear o ódio entre as religiões e as culturas”. “É nosso dever perante a humanidade fazer com que jamais consigam vencer”.