Reino Unido quer comunicações sob escuta para evitar terrorismo
O ministro do Interior, Charles Clarke, adiantou que vai apresentar algumas destas medidas - as que requerem um consenso internacional - na próxima reunião de ministros do Interior e Justiça da União Europeia (UE) que terá lugar na próxima quarta-feira, em Bruxelas, a pedido da Presidência britânica.
Em declarações à BBC, Clarke explicou que os atentados da passada quinta-feira em Londres colocam demonstram a necessidade de se reforçarem as medidas de segurança.
O ministro considera crucial que as forças de segurança tenham acesso a registos de chamadas, mensagens de texto por telefone e mensagens electrónicas.
"Os registos de telecomunicações, seja por telefone ou por correio electrónico, que revelam que a chamada se efectuou de um número a outro e a que horas, são de muita utilidade para os serviços de segurança", argumentou.
"Não me refiro ao conteúdo das chamadas, mas ao facto de ter havido essa chamada", aclarou o ministro, para acrescentar que esses registos, que as empresas de telecomunicações estão obrigadas a facilitar à polícia, deverão igualmente permanecer acessíveis durante algum tempo.
A introdução desta medida, que Clarke planeia apresentar aos seus colegas europeus, seria um passo inédito no Reino Unido, um país em que o direito à intimidade e à liberdade individual se consideram inalienáveis.
Para além da tentativa de introdução destas medidas, o Ministério vai endurecer os controlos fronteiriços e continuará a manter sob prisão domiciliária todos os indivíduos suspeitos de terrorismo que não possam ser incriminados por falta de provas.