Jorge Sampaio contra declarações "racistas e xenófobas"
Em declarações aos jornalistas, Jorge Sampaio não quis pronunciar-se sobre "a forma usada e o conteúdo efectivo" das palavras de Alberto João Jardim, por não querer "entrar em polémicas com os governantes regionais", afirmando, porém, ter "visto e ouvido com atenção" o líder madeirense.
No discurso de encerramento da iniciativa "48 horas a bailar", e ao falar sobre a concorrência de países de fora da Europa e do leste europeu, Alberto João Jardim disse que não quer chineses a fazer negócios na região autónoma da Madeira. "Portugal já está sujeito à concorrência de países fora da Europa, os chineses estão a entrar por aí dentro, os indianos a entrar por aí dentro e os países de leste a fazer concorrência a Portugal...", afirmou o presidente do Governo Regional da Madeira.
Apesar de não querer "entrar em polémicas com os governantes regionais", o Presidente da República sublinhou, "com clareza" e genericamente "em relação a todos" os casos, que "a democracia portuguesa tem que defender o pluralismo, a pluralidade de etnias". "Acho que, independentemente das declarações e do que foi dito a verdade é que em caso nenhum - e isso é uma posição minha defendida em todas as ocasiões - podemos ter aquilo que possa ser interpretado como algo que seja racista ou xenófobo", disse Jorge Sampaio, no final de uma cerimónia, no Palácio de Belém, para agraciar os responsáveis pela organização do Euro 2004.