Rui Rio apresenta recandidatura com críticas ao PS e à comunicação social

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Ruio Rio contou com a presença de Marques Mandes (à dta.) e Valentim Loureiro na apresentação da sua recandidatura João Abreu Miranda/Lusa

Quatro anos depois, Rui Rio regressou à mesma sala num hotel do Porto para anunciar que pretende regressar à presidência da câmara, um cargo que afirmou ter sido vítima de vários boicotes desde os primeiros dias de mandato. "Em boa verdade, desde a primeira hora não faltou quem tudo fizesse para boicotar a governação, muitas vezes atropelando os próprios interesses da cidade", alegou o autarca, advertindo que "os que agiram assim não são apenas dirigentes socialistas que se viram derrotados em 2001".

Segundo Rui Rio, a estes devem ser acrescentados "nalguns casos com comportamentos ainda mais censuráveis do ponto de vista democrático, gente que nunca aceitou perder os especiais privilégios e as especiais protecções que tinham na Câmara do Porto". "Não faltou também quem, na comunicação social, por mera antipatia pessoal ou por manifesto jogo político, tudo tivesse feito para procurar manipular a informação", continuou a acusar.

Seguiram-se as críticas às posições o PS e o Governo como as assumidas na "vergonha do túnel de Ceuta", nas "obras na Avenida da Boavista", na "construção da Pousada do Freixo", no "Bairro Parceria e Antunes ou o Centro Materno-Infantil". "As agressões à cidade, por força de tácticas partidárias mesquinhas, dão-nos ainda mais a vontade de lutar pelo que é justo e pelo que é correcto", defendeu, para apontar as "lamentáveis jogadas de baixa política a que, em Portugal, alguns continuam a recorrer".

Rui Rio elaborou, em seguida, alguns dos principais problemas da cidade do Porto, sublinhando a ausência de um programa metropolitano e a falta de atenção da administração central para justificar a manutenção do problema e a necessidade de "uma polícia mais actuante e com mais autoridade, uma polícia que recupere o prestígio e o respeito que tem perdido".

As críticas do autarca continuaram, novamente direccionadas para o PS, ao afirmar, no que toca ao urbanismo e ao novo Plano Director Municipal, que se tivesse chegado à presidência da autarquia mais cedo "muitos erros urbanísticos não se teriam cometido". Classificando de "ainda bastante deficiente" o funcionamento dos próprios serviços camarários na área do urbanismo, Rui Rio garantiu que a aposta na recuperação da baixa da cidade vai manter-se, em particular através da sociedade "Porto Vivo".

O autarca garantiu que "tal como o PS fez nas últimas eleições autárquicas" será por si inscrito no seu programa a linha de metro entre Matosinho e a Boavista", devido não apenas a preocupações "com o desenvolvimento urbanístico da cidade, mas, fundamentalmente, numa lógica metropolitana que todos dizem que querem mas que muitos, na prática, insistem em trocar por uma visão redutora e eminentemente concelhia".

As críticas de Rui Rio continuaram em relação aos que defendem que a autarquia deveria ter o discurso bairrista do Porto "oprimido e explorado" e contra a oposição que "sem qualquer razão lógica" resolveu "teimosamente chumbar por duas vezes" a transformação do Palácio do Freixo em pousada.

Rui Rio candidata-se novamente numa coligação PSD/CDS-PP, e mais uma vez com o social-democrata Miguel Veiga como mandatário.

A cerimónia contou com a presença do líder do PSD, Marques Mendes, e de Valentim Loureiro, entre várias figuras da cidade.